O dirigente do Partido Socialista (PS) considerou que a exclusão da região e da Universidade do Algarve (UAlg) do “Programa + Superior”, lançado em 2014 pelo Ministério da Educação, “foi penalizadora” e criticou os parlamentares social-democratas por, com “quase um ano de atraso”, virem em tempo pré-eleitoral pedir apoios para fixar universitários.
O Programa + Superior visa apoiar a fixação de universitários em zonas periféricas do país e António Eusébio considerou que a decisão de excluir o Algarve e a UAlg deixou a universidade e a região “em desvantagem” relativamente àquelas instituições que foram incluídas no programa, há cerca de um ano.
“É com estranheza que, em altura de eleições, vemos os deputados e candidatos do PSD a pedir a revisão de uma medida, para cujas consequências o PS já tinha alertado, tendo os seus deputados eleitos pelo Algarve questionado o Governo sobre a matéria, sem obter qualquer resposta”, criticou António Eusébio.
O dirigente socialista considerou que a exclusão da UAlg do programa “significa que os alunos não se podem candidatar a bolsas como nas outras universidades periféricas do país”, quando “o Algarve, apesar de ser no litoral, também preenche os requisitos de uma zona periférica e devia também ser abrangido” pelo Programa + Superior.
O dirigente socialista frisou que outro dos problemas foi o calendário da medida, lançada antes das candidaturas ao ensino superior em 2014, porque “quem queria candidatar-se a bolsas escolheu outra universidade onde podiam usufruir delas” e “isso pode ter retirado estudante à UAlg”.
Esta situação criou “desigualdade” e “foi penalizadora” para o Algarve e a Universidade, acrescentou o presidente da Federação do Algarve do PS.
Os deputados algarvios do PSD anunciaram no domingo que iam pedir ao Governo para a Universidade do Algarve (UAlg) poder beneficiar de um programa que apoia a fixação de universitários no interior do país com financiamento do Orçamento do Estado (OE).
Em nota enviada à agência Lusa, os parlamentares referiram que, à semelhança do que aconteceu no último Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN 2007-2013), a UAlg ficou excluída do programa +Superior, mas foi possível obter financiamento para atribuir bolsas através do OE.
Os quatro deputados algarvios do PSD calculam que, nos próximos seis anos, o financiamento para a atribuição de bolsas a estudantes da UAlg represente cerca de 2 milhões de euros e pedem ao Governo que canalize verbas para a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para esse efeito.
De acordo com os parlamentares, a portaria que exclui a Universidade do Algarve "não obriga a que o programa seja financiado exclusivamente por fundos comunitários, permitindo outras formas de financiamento".
Por Lusa