A rede intermunicipal de cuidados de saúde foi apresentada na quinta-feira pelos presidentes das Câmaras de Vila Real de Santo António, Luís Gomes (PSD), e de Olhão, António Pina (PS), e prevê, numa primeira fase, a contratação de um médico oftalmologista para dar consultas a munícipes carenciados dos dois concelho e a realização de eventuais operações a cataratas no Hospital Particular do Algarve (HPA).
O executivo municipal liderado pelo PSD submeteu a medida à votação numa reunião da Câmara de Vila Real de Santo António na segunda-feira e os vereadores do PS e da CDU votaram contra, posicionamento que levou o PSD a acusar os dois partidos da oposição de se terem “colocado à margem das aspirações dos vila-realenses” ao se oporem a esta “parceria inovadora”.
“Os vereadores do PS na Câmara Municipal de Vila Real de Santo António refutam veementemente as acusações por parte do PSD”, pode ler-se num comunicado divulgado hoje pelos socialistas, em que dizem “concordar que as câmaras municipais devam assumir um papel ativo na prestação de cuidados de saúde às populações” e “estão a favor que se dê todo o apoio aos munícipes nesta matéria”.
“Mas tudo tem limites, o facto da apresentação pública do projeto “Cuidar” ter sido efetuada anteriormente à própria discussão e votação do respetivo protocolo em reunião de câmara é bem demonstrativa da má fé do executivo PSD, ficando bem patente quem é que não olha a meios apara atingir os fins”, considerou o PS.
Os socialistas referiram ainda que, “face à manifesta falta de informação sobre os pressupostos de desenvolvimento do protocolo”, os vereadores do PS questionaram o presidente da câmara sobre o “tipo de cuidados de saúde que se pretende prestar, quem os irá prestar, quando, onde e como irão ser prestados, que população irá ser abrangida, e por fim quais os custos financeiros associados”.
“Face às respostas vagas, nada esclarecedoras e omissas por parte do senhor presidente, e considerando ainda e mais uma vez a forma indecorosa que o executivo PSD trata a oposição em processos desta natureza, que dado o seu teor sensível seriam merecedores de mais rigor, transparência e consenso, não restou outra alternativa aos vereadores do PS a não ser votar contra a proposta apresentada, não pelo objeto do protocolo em si, mas pelo método político de gestão desonesto do executivo PSD”, justificou o PS.
O partido lamentou ainda que o PSD de Vila Real de Santo António, que “suporta a governação da câmara liderada pelo presidente da distrital do partido do Governo, num momento que as questões relacionadas com a Saúde e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) se deterioram todos os dias na região do Algarve, venha agora acusar o PS de falta de responsabilidade neste assunto”.
Por Lusa