Os deputados do PSD, Cristóvão Norte e José Carlos Barros, pediram a intervenção urgente do Ministério da Saúde após ter sido tornado público o parecer da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que detetou a bactéria legionella na água das canalizações do edifício que alberga o Centro de Saúde e o Serviço de Urgência Básica de Vila Real de Santo António, no sotavento algarvio. E, a avaliar pela comunicação da ERS, a situação já era conhecida há muito.
Segundo os deputados, perante a gravidade da situação “importa saber que medidas está o governo a tomar, se está a realizar obras para corrigir a situação e erradicá-la ou se a deixa penosamente arrastar-se com perigo para a saúde pública ”, esclarece Cristóvão Norte, que assinala que “as conclusões não podem deixar os utentes e funcionários nada sossegados e obrigam as entidades públicas a agir prontamente.”
A inspeção da ERS lança o alerta, já que se considera o perigo iminente de contaminação pela bactéria e consequente infeção, com riscos para a saúde pública em geral, bem como para a saúde dos utentes que recorrem aos estabelecimentos de saúde visados e dos profissionais que lá trabalham.
A ERS apurou ainda que os pontos mais críticos estão na parte do edifício onde se encontra instalado o Serviço de Urgência Básica (SUB), sendo que há sempre o perigo da bactéria alastrar ou já estar disseminada.
Segundo a notícia tornada pública, “o diretor executivo do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES) Algarve III - Sotavento terá afirmado aos elementos da ERS que o delegado de saúde teria dado ordem de "selagem" das torneiras do SUB. No entanto, foi verificado "in loco, que essa ordem não está a ser cumprida, pois as torneiras continuam a ser utilizadas".”
Está claro, na deliberação o regulador, "os cuidados de saúde estão a ser prestados, nos dois estabelecimentos de saúde visados, em incumprimento dos padrões mínimos de qualidade e segurança exigíveis".
A inspeção diz mesmo que tal foi confirmado "pelas autoridades de saúde nas respostas que enviaram à ERS, as quais deram também conta da dificuldade de erradicação da bactéria devido ao estado da rede predial de água que serve o edifício onde funcionam o Centro de Saúde e o SUB de Vila Real de Santo António".
Para os deputados “a presente situação não pode continuar: ou se fazem obras ou se encerram os estabelecimentos e se encontra alternativas, já que a os factos apurados põe vidas em jogo”.
