Loulé tem - desde há algum tempo - todas as condições para ser o concelho liderante do Algarve, no entanto, em muitas áreas, continua a estar muito aquém das expetativas de todos aqueles que escolhem Loulé para viver, trabalhar, investir, ou simplesmente para disfrutar de momentos de lazer.
Com um saldo de gerência que ronda os 80 milhões de euros, questiona-se porque continuam sem resolução obras de tão grande importância como a cobertura do concelho com água e esgotos, as melhorias e manutenções das principais infraestruturas desportivas, a requalificação das redes viárias, a conclusão da circular de Loulé, assim como a resolução dos problemas que afetam a qualidade de vida das pessoas do concelho, como a falta de habitação, os problemas de estacionamento nas cidades de Almancil, Quarteira e Loulé, e tantos outros projetos de natureza estruturante que, ano após ano, ficam para trás.
 
Proliferam o aumento dos custos fixos (recursos humanos e outras despesas que são assumidas numa ótica de continuidade / plurianualidade), sustentadas na obtenção de receitas que não têm as mesmas características.
 
O IMT, como é do conhecimento generalizado, varia consoante as dinâmicas do mercado imobiliário, algo que até ao momento tem sido favorável à Câmara Municipal de Loulé, mas sem certezas quanto ao futuro.
 
Loulé é o segundo município do país com maior peso de receitas provenientes de impostos, taxas e licenças (fonte: Anuário Financeiro dos Municípios 2021). No entanto, isso não significa que o executivo liderado pelo Partido Socialista tenha conseguido resolver os problemas crónicos do concelho, quando comparado com outros municípios que competem com Loulé, em matérias fundamentais para melhorar a sua atratividade e permitir a fixação de pessoas em busca de melhores condições de vida.
 
Este orçamento, que com a incorporação do saldo de gerência irá rondar os 250 milhões de euros, não passa de retórica e puro ilusionismo político, e não é mais do que um conjunto de boas intenções, sem qualquer garantia de concretização, antes pelo contrário, algo a que o Partido Socialista nos tem habituado ao longo dos últimos anos.
 
O PSD não afirma isto de forma leviana. Olhamos para o que tem acontecido nos últimos anos, em que os orçamentos apresentados não têm sido concretizados, e obras estruturantes, ano após ano, têm-se arrastado, continuando por concretizar.
 
Um exemplo flagrante é o do Mercado do Peixe e da Fruta em Quarteira, inscrito em 2019, ondecentenas de milhares de euros já foram gastos em projetos, mas a obra em si, nem vê-la. O seu
orçamento, esse, não pára de crescer, começando com uma previsão de 20,8 milhões de euros,e agora para 2023, cresceu mais 4 milhões de euros, com uma verba de 25,2 milhões de euros, sem uma explicação do executivo.
 
“Este documento não passa de uma fantasia, mais uma, vendida aos louletanos, com o intuito apenas de “fazer de conta” que se faz algo”, sublinha Cláudio Lima, Presidente do PSD/Loulé.
 
Por tudo isso, o PSD votou CONTRA a proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2023, pois pese embora concordarmos na generalidade com os projetos e as prioridades nele contidos, não podemos compactuar com esta reiterada atitude com vista a enganar as pessoas, que alimentam a esperança de ter os seus problemas resolvidos.
 
Cláudio Lima finaliza: “a posição do PSD não poderia ser outra, especialmente quando sabemos que na realidade as prioridades continuam por tratar, muito provavelmente por falta de visão, por incapacidade de concretização, ou simplesmente por falta de ambição, que só se explicam por depois de 9 anos à frente dos destinos da Câmara Municipal, o Partido Socialista demonstrar já não ter “chama” para governar”