Quarteira pré-inaugurou no dia 7 de junho aquele que é, segundo Miguel Cheta, «provavelmente o maior projeto de arte pública participativa de Portugal envolvendo cerca de 1000 autores».

Tratou-se da inauguração de 3 dos 8 painéis de azulejos ao longo de toda a Av. Mota Pinto, ao abrigo do Projeto QuART TILES.

A apresentação do projeto teve lugar no Auditório do Centro Autárquico, inserida nas comemorações do Dia da Cidade, assinalado a 13 de maio, e que prosseguiram no dia 7 de junho devido ao período eleitoral das Legislativas de maio.

O presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, Telmo Pinto, lembrou: “Isto começou oito anos. Como é que eles se passaram? Porque é que demorou tanto tempo? Aqui há algumas situações, é dizer que, quando eu olho para aquilo que vou aqui explicar, destes projetos todos que falamos aqui, é rodear de pessoas boas e acontecem coisas boas.

Isto é mais ou menos aquilo que se passou comigo aqui, na autarquia, durante estes 12 anos. Eu quero agradecer a todos os autarcas que passaram pela Junta de Freguesia porque foram eles também que fizeram a mudança da Junta. Mas, principalmente, aos funcionários. São aqueles que, muitas vezes, não aparecem nas fotografias, não aparecem nas publicações. Eram 17 quando chegámos aqui, agora estou a falar de cem, cento e poucos funcionários.

Eles também passaram-nos muito, ajudaram a fazer crescer, a perceber o que é ser autarca. A responsabilidade – e é uma das coisas que eu fui dizendo durante estes 12 anos sempre aos funcionários da Junta – cuidado que tu não tens vida privada. mesmo aquilo que fazes lá fora, és sempre o funcionário da Junta. E isso é uma responsabilidade, é um cargo que se leva no dia-a-dia. E eu agradeço a eles todos, todo o trabalho que vem a ser feito aqui, todos os anos, porque todos puseram o seu cunho, todos fizeram a diferença. Portanto é, rodear de boas pessoas, acontecem coisas boas e assim foi.

Apresentar estes projetos 3 ou 4 dias antes das eleições não faria sentido. Então, agradeço muito vocês estarem aqui pela segunda vez. Relativamente aos painéis de azulejos, a primeira pessoa que me disse que eu devia revestir aquelas 12 escadas com alguma coisa que fosse da história de Quarteira, foi a minha mulher. Depois, apareceu o Miguel Cheta com a proposta, há 8 anos. Queremos fazer um projeto de Arte Urbana, incluir as pessoas. Ele é um artista, cada um tem a sua tarefa naquilo que faz e fiz essa proposta da Arte Urbana. Depois, cá está, aparecem as pessoas boas que te rodeiam. Surgiu a oportunidade de fundos comunitários, um projeto de integração social que possa incluir um privado. Ajunta tinha a capacidade para fazer o projeto e foi assim.

Envolvemos as escolas e as escolas estão sobrecarregadas. No outro dia fui à Semana Aberta da Escola Drª Laura Ayres e é importante que a comunidade, às vezes, se houver estas oportunidades, perceber e conhecer o que é que se faz nas escolas. E nós temos mesmo jovens importantes com grande conhecimento e grande vontade. E temos o futuro garantido. Então, as escolas, a comunidade escolar, os professores, com o sucesso de trabalho, envolveram-se. Isto é um projeto que demorou muito tempo e envolveu muita gente.

Nem eu tinha noção do impacto que isto iria ter. Ver as pessoas com sentimento de pertença, a procurar os seus azulejos, é gratificante. Vocês vão ver com outros olhos.

O puzzle demora tempo a ser finalizado, mas quando acabar, e com as pessoas boas envolvidas, conseguimos chegar a este ponto. É a tal história das pessoas boas e as coisas boas acontecem”.

O orientador do projeto, Miguel Cheta, fez a apresentação do mesmo e todo o trabalho que envolveu, sustentando que se trata, “provavelmente, do maior projeto de arte pública participativa, com cerca de 1000 autores”.

O QuART TILES – projeto Quarteira com Arte, Transformação, Interculturalidade Local, Escolar e Social – pretende a integração de crianças migrantes, que representam mais de 40% dos alunos matriculados no anterior ano letivo em Quarteira, promovendo a interculturalidade, valorização do espaço público e a não discriminação em contexto escolar, através da arte.

 

Jorge Matos Dias