As políticas de reabilitação urbana permitiram à Câmara de Vila Real de Santo António criar um centro comercial a céu aberto e dar visibilidade ao centro histórico pombalino, candidatando-o a património da humanidade, disse o autarca.

O presidente da câmara algarvia, Luís Gomes, considerou que desde a criação de uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) no centro histórico pombalino e a aprovação do fundo Jessica (apoio europeu ao investimento sustentável), em 2013, foi feita uma intervenção num conjunto de edifícios públicos para dar-lhes funcionalidades dinamizadoras económica e culturalmente, mas reconheceu que falta ainda captar mais investimento privado para criar ofertas turísticas que qualifiquem a zona.

“O nosso primeiro objetivo foi valorizar o centro histórico da cidade, mas acima de tudo também criarmos aqui uma marca do centro histórico, e que teve como culminar a candidatura que estamos a tramitar de Vila Real de Santo António a património da humanidade”, afirmou Luís Gomes.

O autarca anunciou que, na próxima semana, a câmara vai fazer “a apresentação do projeto no ministério dos Negócios Estrangeiros”, numa referência tanto ao centro histórico pombalino de Vila Real de Santo António, construído de raiz por ordem do Marquês de Pombal entre 1774 e 1776, como à vila de Cacela Velha, que tem vestígios da presença árabe na Península Ibérica e que também vai ser submetida à apreciação da Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

No que respeita à reabilitação urbana, o autarca deu como exemplo a recuperação da antiga alfândega, o primeiro edifício a ser construído em Vila Real de Santo António e que simbolizava a presença do reino na fundação da cidade.

“A alfândega já está numa fase muito adiantada da sua obra de reabilitação, vai ter um espaço museológico, um espaço de mostra gastronómica, com a museologia ligada ao rio e ao contacto da cidade com o rio Guadiana”, adiantou.

Luís Gomes anunciou também que dentro de ano e meio espera ter requalificado o hotel Guadiana, outro edifício emblemático da cidade, do estilo Arte Nova e que foi construído no início do século XX, mas que está encerrado e ao abandono há cerca de uma década.

“Classificámos há uns anos a esta parte o hotel Guadiana como imóvel de interesse municipal, que diz que o hotel jamais poderá ter outro uso, lançámos um concurso público para encontrarmos um parceiro que se associasse a nós para, efetivamente, termos uma parceria na exploração hoteleira, há um parceiro que já está escolhido e agora, a câmara municipal, dentro de uma ou duas semanas, vai lançar o concurso para a reabilitação do hotel”, afirmou.

O autarca explicou que antes foi necessário expropriar o edifício, numa operação que disse ser “a primeira expropriação feita em Vila Real de Santo António e, se calhar, até das poucas do sul do país, com o objetivo da reabilitação”.

Isso irá agora permitir fazer uma concessão a privados para realizar a exploração hoteleira e “devolver o funcionamento a este imóvel, requalificado, criando um impacto importante na economia local, com a criação de 40 postos de trabalho”, acrescentou.

 

Por: Lusa