Hospital de Faro e Portimão: Regresso das macas aos corredores/meia centena de internados em condições degradantes

Deputado Cristóvão Norte questiona e pede intervenção do Ministro da Saúde perante situação grave e queixas de doentes

Nos últimos dias, no Hospital de Faro e Portimão têm-se avolumado doentes nos serviços de observação e decisões de internamento sem que estejam disponíveis camas para acolher quem se encontra em condições muito vulneráveis e que carecem de tratamentos urgentes. São, muitas vezes, pessoas de idade, que precisam de tratamento físico, mas a quem se deve uma especial e reforçada obrigação de cuidar bem, com respeito, e atenuar o sofrimento psicológico que um internamento encerra, muitas vezes grave e que não raramente envolvem risco de vida.

Regressa, por isso, a malfadada prática de deixar doentes jazidos nos corredores da urgência, em macas, dias a fio, facto que ofende a dignidade dos visados e põe em causa o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde a que têm direito. Tal resulta, perante surtos de gripe ou outros episódios conjunturais, da impreparação de contingência para responder a necessidades acrescidas.

Essa prática tinha sido, após muitos anos em que essa triste e indigna imagem foi o retrato dos hospitais da região, erradicada, estabelecendo tempos de permanência máxima nas urgências. Está-se a perder algo que tinha sido uma importante evolução favorável para os utentes, que reabilitava a imagem da instituição e da região.

O PSD tem sido informado por médicos, enfermeiros e familiares de doentes desta situação, a qual é mais um sintoma que depõe no sentido do afirmado pelos dirigentes do Centro Hospital do Algarve, como fizeram em cartas de demissão e em audição na Assembleia da República: 2016 foi um ano em que os cuidados hospitalares se deterioraram na região, a qual regista agora, por comparação com os hospitais do mesmo grupo, os piores índices a nível nacional.

Cristóvão Norte, deputado pelo Algarve, afirma , a este respeito, que «não se deve transigir com uma situação intolerável, uma prática que é tão aflitiva para doentes,  familiares  e que constitui  uma grave violação  dos mais elementares direitos de  quem a ela fica sujeito, vulnerável, sem defesa ou alternativa, prostrado numa maca no meio de um corredor», assinalando que « o Ministro da Saúde tem feito muitas proclamações, mas nenhumas realizações, seja em matérias estruturais – como a falta crónica de recursos humanos, em particular médicos -, seja nas matérias de organização, como a incerteza que paira sobre o Centro Hospitalar do Algarve, o que está prejudicar muito a instituição. É hora do Governo começar a reconhecer e resolver problemas. Isso é importante para todos, e esperamos que o faça.»

 

A Comissão Política Distrital do PSD/Algarve