Com a inflação em alta, também as rendas a cobrar pelos senhorios aos inquilinos podem aumentar em 2023. Segundo as estimativas do INE para junho, o indicador utilizado para esta atualização já vai em 4,1%, sendo que a atualização é automática e feita com base na inflação registada em agosto. Ou seja, o valor poderá ainda subir e rondar os 5%. As associações de proprietários consideram, no entanto, que “há bom senso”, que os senhorios estão atentos à situação política e económica atual e que, nesse sentido, a maioria não irá aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização.
“A esmagadora maioria dos senhorios, em relação às rendas acima dos 500/600 euros, não lhes passa pela cabeça aumentar a renda”, disse António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), citado pelo ECO. O responsável adiantou que “há associados [senhorios] que há dez anos que não mexem nas rendas”, um cenário que se deve manter.
Uma opinião partilhada por Diana Ralha, diretora da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP). “Nenhum proprietário, no seu perfeito juízo, vai querer fazer um aumento que o inquilino não vá poder pagar”, referiu, frisando que os senhorios não vão querer perder quatro ou cinco meses em que o imóvel vai estar no mercado à procura de novos arrendatários.
“Tem havido muito bom senso, o mercado tem sempre muito bom senso e os proprietários também. Não vai haver um descalabro no aumento das rendas”, acrescentou Diana Ralha, citada pela publicação.
O Governo, recorde-se, já disse estar preocupado com esta situação, não se comprometendo, no entanto, a avançar com qualquer medida, pelo menos para já. Está, porém, a preparar medidas de apoio. Já o Bloco de Esquerda confirmou que vai apresentar uma proposta para impor um teto máximo de atualização das rendas em 2023.
Por: Idealista