Oferta de residências sénior na região algarvia, tanto social como privada, é reduzida. Existem 83 equipamentos com um total de 3.900 camas
  • Taxa de ocupação é elevada, sendo ainda mais durante os meses de verão. Chega aos 98% em julho e agosto, para descanso do cuidador.
  • Ocupação por cidadãos estrangeiros ronda os 10%, com a maioria a serem residentes em território nacional.
  • Pressão do lado da procura dita preços mais elevados no Algarve do que a média nacional. Dados da Via Senior apontam para mensalidades quase 7% superiores às do resto do País, em média.
Oficialmente, o Algarve é a casa de menos de meio milhão de habitantes em território nacional, mas esta é uma região muito impactada pela sazonalidade. No verão, o cenário muda drasticamente, estimando-se que a população mais do que triplique com muitas famílias a procurarem o bom tempo e as praias algarvias. Um ritual que enche hotéis, mas que coloca pressão adicional nas residências sénior que alcançam taxas de ocupação elevadas, deixando-as praticamente esgotadas.
Entre Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas de âmbito privado e Associações de Solidariedade Social, o Algarve conta com uma oferta reduzida de equipamentos, um problema comum ao resto do País. Os dados da Via Senior, empresa criada com o objetivo inovador de dotar as famílias da informação necessária e de forma atualizada e transparente para as suas decisões de vida sénior, dão conta de um total de 83 residências sénior ativas nesta região do Sul de Portugal.
 
Estas residências apresentam uma capacidade máxima de 3.900 utentes, um número que é manifestamente baixo para as necessidades da região, sendo a situação mais grave durante os meses de verão. Sendo o Algarve um destino de férias de eleição de muitos portugueses, em julho e agosto as necessidades de camas para seniores aumentam, mas não há capacidade de resposta por parte das instituições. 
 
Atualmente, a taxa de ocupação está nos 98%, ou seja, grande parte das instituições está esgotada ou muito perto disso. Tal como acontece na oferta destinada ao turismo, em que se verifica habitualmente uma forte procura, também nas residências sénior se sente o efeito da sazonalidade, sendo neste caso explicada essencialmente pela procura para descanso do cuidador ou para as férias das famílias.
 
“Embora o Algarve conte com uma percentagem elevada de estrangeiros entre a sua população, a proporção destes no total das colocações realizadas pela Via Senior corresponde a cerca de 5% a 10%”, refere Nuno Saraiva de Ponte. “Não é esta população, mas sim a grande procura sazonal dos portugueses por esta região que acaba por ter um forte impacto na capacidade de resposta das residências sénior algarvias”, acrescenta o CEO da Via Senior. “E isso traduz-se em preços mais elevados”, alerta.
 
Esta elevada taxa de ocupação traduz-se, em regra, em preços mais elevados das mensalidades praticadas pelas residências sénior nesta região. Com efeito, o valor médio cobrado por cama, em quarto duplo, ascende a 1.550 euros, acima daqueles que são os preços praticados a nível nacional.
 
De acordo com o 2.º Retrato das Residências Sénior em Portugal, estudo realizado pela Via Senior e a BA&N Research Unit, divulgado recentemente, o valor médio cobrado pelas residências sénior ronda os 1.450 euros a nível nacional. O Algarve apresenta, assim, um preço que é superior em cerca de 7% ao resto do País.
 
 
Por: VIASENIOR