O presidente da Câmara da Guarda apelou hoje aos residentes e emigrantes que passam férias no concelho para que tenham «consumos regrados» de água, devido à seca, apesar de a barragem do Caldeirão estar «bem» em termos de armazenamento.

“A recomendação é a de que fechemos a torneira. É mais ou menos assim, a frase que está a ser muito difundida a nível nacional. Nós devemos ter consumos regrados. E são aquelas coisas normais: não deixar as torneiras abertas, não gastar água em demasia. E, sempre que se use água, reutilizar a mesma”, disse hoje o autarca Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) à agência Lusa.

Em relação à reutilização da água, indicou que nos eventos organizados pelo município - como acontece este fim-de-semana com as Festas da Cidade que incluem o funcionamento de um parque insuflável com escorregas de água - “sempre que estiver a água em causa”, a autarquia irá reutilizá-la para a regra dos jardins.

“É muito importante que isto se faça: pouparmos a água. E os hábitos começam logo em nossa casa. Nós não podemos dizer ‘não é comigo que há problema’. Se todos dissermos isso, então, há problemas com todos. É em nossa casa que a poupança se evidencia. E é esse apelo que eu faço, não só aos emigrantes, mas a todos os habitantes do concelho da Guarda”, declarou.

Questionado pela Lusa sobre o atual nível de água na albufeira da barragem do Caldeirão, que abastece a cidade da Guarda e o concelho, Sérgio Costa respondeu que “está bem, neste momento”.

“É claro que é expectável que daqui a uma semana, [ou] poucas semanas, possa baixar um pouco a sua cota, tendo em conta o lançamento de caudal que vai ter que ser feito, possivelmente, quando for solicitado para os açudes de Celorico da Beira e de Fornos de Algodres, para abastecer as populações locais”, admitiu.

Segundo o autarca da cidade mais alta do país, os níveis de água na albufeira “vão descendo” até ao inverno, mas, até lá, o município que lidera vai continuar “sempre a acompanhar os níveis da barragem do Caldeirão”.

Mais de um quarto do território do continente estava no final de junho em seca extrema (28,4%), verificando-se um aumento em particular na região Sul e em alguns locais do interior Norte e Centro, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O restante território estava em seca severa (67,9%) e seca moderada (3,7%).

No último dia do mês de maio, 97,1% do território estava em seca severa, 1,5 em seca moderada e 1,4 em seca extrema.

No final de junho, os valores de percentagem de água no solo continuavam muito baixos em todo o território e em especial na região interior Norte e Centro, no vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

 

Por: Lusa