O Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI), em Silves, já viu nascer 86 crias, que vão reforçar as populações selvagens, depois do fogo de 2018, que acabou por afetar a espécie. Nesse ano, 29 linces foram retirados do centro, que ficou parcialmente destruído pelas chamas.
Volvidos cerca de três anos após o incêndo que teve origem na serra de Monchique, o centro já conseguiu dar a volta por cima e até melhorou o espaço. O site Wilder revelou em reportagem que o CNRLI tem dois novos cercados de treino, três cercados de recuperação e um módulo clínico autónomo. A par destes melhoramentos, continua o trabalho de reprodução, que visa aumentar as populações selvagens da espécie. 
 
Esta primavera, o CNRLI viu a Jabaluna e a Juromenha ter três crias e a Fresa alegrou o espaço com duas novas crias. Os machos viveram de vários locais, para conseguir uma maior diversidade genética.  Deste modo, já foram reintroduzidos na natureza 86 linces nascidos no CNRLI.
 
Portugal vai assumir a coordenação do Programa de Conservação Ex Situ do lince-ibérico, até 2022. Esta é a segunda vez que o nosso país coordena o programa, depois de o ter feito em 2013/2014.
 
Os maiores desafios são a manutenção, a recuperação e a reconversão das condições dos centros de crias, essenciais para que se continuem a dar respostas às solicitações de projetos. O centro enfrenta ainda o envelhecimento da população, que vai obrigar a um reequilibrio da primâmide demográfica e também à procura de espaços para os animais pós-reprodutores. 
 
Para colmatar esta necessidade, novas técnicas são desenvolvidas, em nome da conservação da espécie, como a conserva de materiais biológicos, entre eles gâmetas (espermatozoides e oócitos) e até embriões recolhidos da Azahar no CNRLI e congelados. A inseminação artificial (IA) é outra das técnicas a ser aplicada. A taxa de êxito é baixa, mas as equipas não desistem.
 
Avança ainda o Wilder, que o CNRLI tem funcionamento previsto até 2025. 
 
Por: Filipe Vilhena