O líder do PS esteve hoje entre Sintra e Lisboa a criticar o Governo por tentar recuar nos direitos laborais, enquanto o secretário-geral do PSD associou os anteriores executivos socialistas a uma herança de desumanização na imigração.

Estes foram dois dos temas destacados por socialistas e sociais-democratas, hoje, durante o segundo dia oficial de campanha para as eleições autárquicas do próximo dia 12.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, iniciou a jornada de campanha de madrugada, pelas 05:00, viajando de comboio entre as estações da Portela de Sintra e o Rossio.

 “Todos os dias utilizam esta linha [ferroviária] mais de 130 mil pessoas, [entre as quais] milhares de pessoas que trabalham nas limpezas. E o Governo está a tentar andar para trás na agenda para o trabalho digno, lançando na informalidade milhares de trabalhadores que têm nesta agenda a sua proteção, a proteção da sua dignidade”, declarou José Luís Carneiro.

Horas depois, em São Brás de Alportel, no Algarve, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, que substitui em campanha o presidente do partido – o primeiro-ministro, Luís Montenegro, está em Copenhaga para participar na cimeira informal do Conselho Europeu e na reunião da Comunidade Política Europeia -, atacou o PS pela questão da imigração.

“O PS negou esta realidade e ainda ontem [terça-feira] voltou a negá-la, votando no parlamento contra a lei de estrangeiros. Custa-me ouvir o PS fazer um discurso como se estivéssemos a criar dificuldades a quem nos procura, como se não tivéssemos respeito por aqueles que querem vir para cá, como se fôssemos os maus e eles os bons”, disse.

“Os bons são aqueles que permitiram que tantos e tantos imigrantes que nos procuram vivam amontoados, aos 10, aos 15, aos 20, dentro de um apartamento? Isso é que é ser bom, isso é que é acolher bem, isso é que é ser humanista?”, questionou.

O secretário-geral do PCP esteve em Viana do Alentejo, autarquia reconquistada pela CDU ao PS nas últimas autárquicas, para mostrar a obra feita no último mandato e defender que a coligação “não perde sempre”.

Paulo Raimundo visitou uma escola remodelada pela câmara e criticou o Governo, dizendo que transferiu as dores de cabeça para os municípios, mas não transferiu os medicamentos” – uma alusão à transferência de competências, processo que começou em 2018.

Já o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, acompanhou o candidato do partido à presidência da Câmara de Lisboa, Bruno Mascarenhas, numa ação de campanha na freguesia da Ajuda.

Perante os jornalistas, recusou especulações sobre a ausência de André Ventura na campanha pelo segundo dia consecutivo: Quando o presidente do partido decidir vir para a campanha - porque vai decidir vir -, os senhores jornalistas terão a oportunidade de o questionar sobre isso”.

A presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, criticou o subfinanciamento das escolas privadas com contrato de associação. Depois, nas Caldas da Rainha, também no distrito de Leiria, defendeu que os problemas da habitação em Portugal resolvem-se com mais iniciativa privada, liberalização do arrendamento e a construção de mais casas.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, e a dirigente do Bloco de Esquerda Joana Mortágua tiveram ações de campanha conjuntas no Seixal e em Almada.

Na Costa da Caparica, concelho de Almada, Rui Tavares disse que estas coligações Livre/BE devem-se a “realidades locais”, mas também respondem a uma “responsabilidade nacional". Apelou então a um “reequilíbrio” da política portuguesa.

“Olhamos para o país, tem um Presidente da República de direita, um primeiro-ministro de direita, governos regionais de direita, presidentes de câmara das maiores câmaras do país de direita. Depois, o segundo maior partido, que se diz às vezes da oposição, na verdade governa com o Luís Montenegro”, disse, aqui numa alusão ao Chega.

 

Lusa