Aumento das taxas de juro no início de 2023 - uma ideia lançada pelo governador holandês Klaas Knot - é um «cenário possível», de acordo com Kazaks, membro do BCE.

O Banco Central Europeu (BCE) não está a ponderar subir as taxas de juro nos próximos anos, contudo, diz-se “pronto para agir” caso a inflação continue a aumentar. A garantia foi dada por um membro do Conselho de governadores do BCE, Martins Kazaks.

O BCE estima que o aumento dos preços ao consumidor vai recuar para abaixo da meta de 2%, à medida que os problemas das cadeias de abastecimento são resolvidos e se verifique um alívio nos preços de energia. Ainda assim, a instituição deve permanecer vigilante diante da ameaça persistente da Covid-19 e da elevada incerteza económica, de acordo com o responsável.

“Que ninguém pense que não subiremos as taxas de juro ou que não cortaremos o apoio se for necessário”, disse Kazaks, em entrevista à Bloomberg. “É claro que faremos o nosso trabalho”, acrescentou, dizendo que “flexibilidade é a palavra-chave".

A presidente do BCE, Christine Lagarde, já veio reiterar que um aumento nas taxas de juro em 2022 é improvável, mas os investidores não estão tão seguros disso. Os mercados apostam em subidas ainda no final deste ano e no arranque de 2023, segundo a Bloomberg.

Esta-sexta-feira, dia 7 de janeiro de 2022, serão divulgados dados que devem mostrar uma desaceleração da inflação recorde na Zona do Euro, para 4,8%. O diretor do banco central francês, François Villeroy de Galhau, disse na terça-feira que a inflação está perto do pico, depois dos números do seu país terem dado os primeiros sinais de estabilização. Um dia depois, porém, foi divulgado que a inflação em Itália atingiu o maior nível em mais de uma década. O BCE prevê que os preços aumentem em média 3,2% este ano e 1,8% em 2023 e 2024.

Diante da elevada incerteza, Kazaks disse que concorda com as perspetivas atuais de preços do BCE. “Teremos outra previsão em março, outra em junho, e então veremos melhor a evolução da inflação (...). Não devemos surpreender os mercados e deixar os mercados sem saber o que está acontecer (...). A abordagem passo a passo é muito importante”, garantiu.

Ainda assim, o aumento das taxas de juro no início de 2023 - uma ideia lançada pelo governador holandês Klaas Knot - é um “cenário possível”, de acordo com Kazaks.

 

Por: Idealista