A 13 de novembro assinala-se a data da morte do Infante Dom Henrique, patrono da Associação que une os municípios do triângulo vicentino, Aljezur, Lagos e Vila do Bispo.
O dia não podia, por isso, ter sido mais bem escolhido para fazer a apresentação do brasão e bandeira da Associação de Municípios Terras do Infante, símbolos heráldicos que passam a representar oficialmente esta associação de municípios de fins específicos.
A apresentação desta heráldica – que será a primeira concebida para uma associação de municípios - teve lugar ontem em Lagos, onde se situa a sede da Associação, contando com a presença de membros dos respetivos órgãos, assim como dos órgãos dos municípios que a integram (câmaras e assembleias municipais) e respetivas juntas de freguesia.
Rute Silva, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo e vogal do Conselho Diretivo da Associação, abriu a sessão referindo-se aos autarcas que estiveram na origem da Terras do Infante - constituída no ano de 2000 - como visionários, ao terem idealizado esta associação, à data dedicada às questões do ordenamento florestal, acrescentando que, atualmente, o território da Terras do Infante é mais do que a população que se move diariamente entre os vários concelhos, apresentando potencial de afirmação em matérias de interesse transversal e estruturante para a sua competitividade.
O Infante Dom Henrique e tudo o que esta figura histórica representa em termos de visão, empreendedorismo, inovação e abertura ao mundo, são para Sara Coelho, vereadora da Câmara Municipal de Lagos e presidente da Assembleia Intermunicipal da Terras do Infante, o legado que deve inspirar e nortear a missão deste coletivo de municípios na prossecução de projetos de desenvolvimento sustentável, designadamente em matéria de património cultural e de valorização dos recursos naturais. Sara Coelho sublinhou, ainda, que a Terras do Infante é um bom exemplo daquilo que pode ser alcançado quando os municípios trabalham em conjunto, pensando na região como um todo, considerando existir margem para aprofundar ainda mais esse trabalho nos setores da educação e de valorização da oferta de turismo cultural.
Estas posições foram secundadas por José Amarelinho, secretário-geral da Associação, que lembrou a existência do Plano Estratégico e a necessidade de se garantir a implementação dos respetivos projetos e ações - matérias que, cruzando os três municípios, podem ser tratadas pela Terras do Infante de modo a ganharem escala -, concluindo que o intermunicipalismo carece de ser cultivado.
Coube ao historiador José António Martins, técnico superior da Câmara Municipal de Lagos que acompanhou a elaboração e aprovação da ordenação heráldica da Associação, explicar o processo e interpretar a simbologia dos elementos visuais patentes no brasão e na bandeira, a qual evoca uma identidade geográfica e administrativa que remonta ao período cronológico datado entre 1415 e 1460, quando estas terras eram domínio e propriedade do senhorio Infante D. Henrique. O brasão da Associação tem, por isso, uma relação com alguns dos elementos do brasão de armas do Infante Dom Henrique.
A ordenação heráldica do brasão e bandeira da Associação de Municípios Terras do Infante foi objeto de parecer emitido pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses e publicação em Diário da República.