Por: Manuel Possolo Viegas

Sonhei que caminhava 

Por um caminho sem fim

Fiquei entristecido 

Por não saber ao que vim

 

Vi o vento silenciado 

Mais parecia adormecido

As árvores estavam caladas 

Numa noite calma e serena aguardando as madrugadas 

 

Acordei com uma visão 

De uma nuvem que passava

Com uma criança pela mão 

Que me disse em voz doce 

Tu és o meu irmão

 

Voltei a adormecer

Queria ouvir aquela voz

Segue em frente, disse-me ela

Continua o teu caminho 

Pensa no que te disse 

Tu não estás sozinho

 

Continuei o caminho

Sonhava não estar sozinho

O que procurava encontrei

Vi árvores de todo o mundo

As sombras seguiam meus passos 

Também me davam abraços

 

À sombra de um embondeiro 

Vi dois velhinhos sentados

Que sorriam para mim

Fiz um adeus e disse

O meu caminho chegou ao fim

 

Sonhei tudo o que queria

Fiquei feliz e pensei

Como foi bom adormecer

Sonho que não esquecerei