Número de casas vendidas deverá aumentar 10% em 2022, aproximando-se dos níveis do início do século, prevê a consultora CBRE.

Resiliência foi palavra de ordem no setor imobiliário em Portugal em 2021, um cenário que se deve manter este ano, nomeadamente no segmento residencial. Em 2022, o ritmo de crescimento dos preços de venda das casas deve manter-se, o que não deverá ser impeditivo de se continuarem a vender muitas habitações. Pelo contrário, o número de casas vendidas deverá aumentar 10%, aproximando-se dos níveis do início do século. Esta é uma das conclusões a retirar do “2022 Portugal Market Outlook”, um evento realizado esta quinta-feira (27 de janeiro de 2022) pela consultora CBRE Portugal.

Segundo a consultora, o mercado residencial atingiu um recorde em 2021, estimando-se que tenham sido vendidas cerca de 200 mil casas, mais 16% que no ano anterior e mais 10% que em 2019. Um número que vai, no entanto, “continuar a aumentar em 2022, pois não só se verificou um aumento nos licenciamentos em 2021 (com um acréscimo superior a 10% face a 2020) como ainda há uma elevada procura não satisfeita em todo o país”, refere a CBRE em comunicado. 

Promoção residencial cresce em zonas menos consolidadas

A consultora prevê, de resto, “um acréscimo de vendas na ordem dos 10%, a aproximar-se dos níveis do início do século”. “Vai manter-se a expansão de projetos de promoção residencial para zonas menos consolidadas, como a Alta de Lisboa e Marvila, em Lisboa, ou Campanhã, no Porto, e para outros concelhos das áreas metropolitanas, como Almada, Loures, Vila Nova de Gaia, Maia, entre outros”, lê-se na nota enviada às redações. 

Porque vão os preços das casas continuar a subir?

De acordo com a empresa, “a escassez de mão de obra, o aumento dos custos dos materiais de construção e as ruturas na cadeia de abastecimento, a par da persistente demora nos processos de licenciamento urbanísticos, vão atrasar ainda mais as obras e sustentar a continuação da subida dos preços de venda de habitação em Portugal”. 

As previsões da CBRE apontam para que se verifique um aumento do preço médio na maioria dos concelhos nacionais, sendo Lisboa uma exceção, onde a média dos preços tende a estabilizar.

O que muda com as alterações aos vistos gold

“A alteração do programa de vistos gold vai prejudicar os projetos de reabilitação urbana em Lisboa e Porto e estimular o crescimento em zonas específicas de baixa densidade populacional”, assegura a CBRE, salientando que a situação “é particularmente mais grave em Lisboa, com a manutenção de zonas de contenção no centro histórico e perda de tração do mercado de Alojamento Local (AL)”. 

Por outro lado, adianta a consultora, o novo regime de vistos gold irá estimular o crescimento de oportunidades de desenvolvimento de projetos em zonas específicas de baixa densidade populacional, como por exemplo a Comporta, o Douro e o Alqueva, bem como a reabilitação dos centros históricos no interior do país.

 
Por: Idealista