Custo do m2 das casas está quase em 2.000 euros, o maior valor registado pelo INE. Preços sobem em todos os municípios populosos.

Em Portugal, a venda de casas revelou-se bem dinâmica no início de 2025. Foram transacionadas mais de 40 mil habitações, tratando-se de um aumento anual de quase 25%. Mas esta atividade não é acompanhada pela subida da oferta residencial ao mesmo ritmo, motivo pelo qual os preços das casas vendidas subiram 18,7% no último ano, um novo máximo histórico.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e revelam que foram vendidas, em concreto, 40.162 habitações em Portugal só entre janeiro e março deste ano, mais 24,9% do que no mesmo período de 2024. A descida dos juros no crédito habitação e os novos apoios para os jovens comprarem casa (isenção de IMT e garantia pública) ajudam a explicar este alto dinamismo da venda de casas, a par do alto custo do arrendamento.

Mas a compra de casas no país está a decorrer a um ritmo muito superior à colocação de mais oferta residencial no mercado, seja por via da construção nova, reabilitação ou até de novas formas de edificar (construção modular ou a conversão de lojas em casas, por exemplo).

Isto ajuda a explicar o facto de os preços das casas vendidas terem aumentado 18,7% no último ano para 1.951 euros por metro quadrado (euros/m2), um novo recorde. Esta é mesmo a “variação mais elevada desde o início da série” que remonta a 2019, lê-se no boletim do INE publicado esta quarta-feira, dia 16 de julho. Face ao trimestre anterior, os preços subiram 4,3%.

Foram mesmo as famílias em Portugal que mais impulsionaram o custo da habitação no país, tendo comprado casas 19,1% mais caras, fixando o custo mediano em 1.986 euros/m2. E o mesmo se observa nas habitações compradas por residentes em Portugal (preço do m2 fixou-se em 1.931 euros depois de ter subido 19,5%). Já os estrangeiros adquiriram habitações por um valor mediano de 2.573 euros/m2, sendo 14,5% superior face há um ano. 

 

Preço das casas vendidas cresce em todas as sub-regiões

Praticamente todas as 26 sub-regiões do país sentiram uma maior venda de casas no início de 2025 do que no arranque do ano anterior, com os crescimentos mais expressivos a serem observados no Ave (40,4%), Alto Minho (36,0%), Baixo Alentejo (34,6%), Algarve (33,4%) e Alto Alentejo (32,2%). “A Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 35,6% das transações de alojamentos familiares no primeiro trimestre de 2025”, lê-se ainda.

E os preços das casas também subiram em todas as sub-regiões, destacando-se o Alto Alentejo com o maior crescimento (+51,6%). Na Grande Lisboa, os preços subiram 13,9% fixando-se em 3.183 euros/m2, mantendo, assim, a sua posição enquanto sub-região mais cara para comprar casa. No fundo da tabela está a sub-região Beiras e Serra da Estrela (698 euros/m2).

“Nas sub-regiões Grande Lisboa e Área Metropolitana do Porto, o preço mediano das transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 52,5% e 32,3%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional”, completa o instituto.

 

Custo da habitação sobe (e acelera) nos municípios mais populosos

Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, verifica-se que todos registaram subidas dos preços das casas vendidas no último ano. O maior aumento foi observado em Santa Maria da Feira (+27%) e o menor no Porto (+4,3%).

E salta à vista que, no início de 2025, “os preços da habitação aceleraram em 16 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (em 19 no fim de 2024), tendo os municípios de Santa Maria da Feira (+15,8 p.p.) e de Cascais (+14,8 p.p.) apresentado os maiores acréscimos”, refere o INE. Por outro lado, o preço das casas perdeu ritmo de subida em 8 municípios, com destaque para o Funchal (-40,2 p.p.). 

Nos primeiros três meses de 2025, os municípios de Lisboa (4.492 euros/m2), Cascais (4.477 euros/m2), Oeiras (3.983 euros/m2), Porto (3.066 euros/m2) e Odivelas (3.048 euros/m2) apresentaram os preços da habitação mais elevados. E Barcelos apresentou o valor mais baixo de todos (1.378 euros/m2).

 

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