DECLARAÇÃO
O Concelho de Loulé é o principal concelho do Algarve, com um forte impacto da actividade turística na sua economia;
Para esse impacto contribui a sua oferta turística de qualidade, o profissionalismo de todos os que trabalham nesta área e um vasto conjunto de eventos de impacto local, regional, nacional e internacional;
É nesta área dos eventos que se centra muito do impacto que leva até os nossos habituais turistas e a muitos que nunca antes tinham ouvido falar no Algarve e no Concelho de Loulé, a dinâmica e as potencialidades da nossa terra;
Por ser o maior concelho, pela sua oferta de infraestruturas, e pela sua centralidade sempre merecemos a distinção de múltiplas organizações que nos procuram e que transmitem uma imagem de elevada qualidade a milhões de cidadãos, pelo mundo fora, o que nos torna mais competitivos perante outros destinos;
 
Para esse impacto internacional contam essencialmente os eventos de cariz internacional.
Entre eles estão o Masters de Golfe e o Rali de Portugal.
Estão ou, antes, estavam, pois um deles vai sair do Algarve por falta de visão, determinação e apoio de diversas entidades, entre as quais e especialmente o presidente da Câmara de Loulé!
De relembrar que foi há 10 anos que, a partir de um trabalho conjunto entre o ACP, entidade organizadora, a Região de Turismo do Algarve e algumas (poucas) câmaras municipais foi possível voltar a organização o Rali de Portugal, e levá-lo de novo ao mais alto patamar competitivo, o Campeonato do Mundo. Trata-se do evento de maior impacto, em Portugal, logo a seguir ao Euro 2004.
Para muitos, de início, tratava-se apenas de uma corrida, onde alguns malucos iriam estragar os caminhos e estradas, fazer barulho com os carros e pouco mais…
 
Em boa hora foi envolvida a Universidade do Algarve que, através de uma vasta e competente equipa, apurou, ano após ano, o real impacto do rali na economia regional. Em cada ano o valor aumentava e, em 2013, a região beneficiou em mais de 54 milhões de euros de compras directas e mais de 46 milhões de euros de retorno em termos de comunicação escrita e reportagens das televisões, essencialmente internacionais.
Só da parte da organização representava o aluguer de mais de 1000 quartos de hotel, sendo 200 para a própria organização. É de salientar os milhares de pessoas que procuravam o Algarve e especialmente o concelho de Loulé, pois era nesta zona que a maioria se alojava, sendo ainda de referir o impacto directo na restauração, não só do litoral, como de todo o concelho. Desde um simples café ou taberna aos melhores restaurantes, todos beneficiavam com a prova.
Sendo do conhecimento geral estes dados, é logico que outras regiões tentavam levar para lá o Rali.
Cabia aos principais parceiros, públicos e privados, tudo fazer para contrariar essas tentativas. E, diga-se, a Câmara de Loulé era o principal parceiro, pelos motivos que são por demais conhecidos.
 
E, teremos que reconhecer que o Presidente da Câmara pouco ou nada fez, para além de um comunicado de imprensa onde se mostrava defensor da prova, no Algarve, mas isso de nada valeu!!!
Senão vejamos:
- Na conferência de imprensa de apresentação da prova, realizada no salão Nobre da Câmara Municipal, o Presidente saiu a meio do evento, sem qualquer explicação, o que deixou toda a gente estupefacta;
- No jantar oficial do Rali, com todas as entidades nacionais e internacionais, o local ideal para se fazer “loby”, o presidente não compareceu e fez-se representar pelo seu Vice-Presidente;
- Na cerimónia oficial de entrega de prémios não marcou presença, estando previsto que entregasse os prémios a um dos primeiros classificados, mas, simplesmente não apareceu!
- E quando chegou ao Estádio Algarve já tinha acabado a dita cerimónia!!!
- No período que mediou entre a realização do Rali e a tomada de decisão sobre o local onde se realizará a prova em 2015, nunca interveio, directamente, junto do ACP;
 
Se estes não são motivos de desinteresse, então….
Registe-se igualmente que, para além do Presidente da RTA, nenhum outro dirigente regional se manifestou sobre esta matéria, nomeadamente a AMAL, o que demonstra uma perfeita falta de estratégia regional.
Assim, a Câmara de Loulé, assumiu em 2013 um papel de ausente e, agora certamente virá lamentar termos perdido a prova, mas uma importante parte da culpa é exclusivamente do seu presidente, que nada fez para que isto não acontecesse e, certamente irá informar o tecido económico que não tem culpa na decisão. Mas pecou pela ausência e pela falta de estratégia, algo que começa a ser uma constante.
Se a isto associarmos a informação que transmitiu na última Assembleia Municipal de que não iriam organizar a noite branca em 2014, estamos perante o maior desinvestimento jamais visto na afirmação das potencialidades do nosso concelho.
Certamente o Sr. Presidente da Câmara irá contrapor que está a levar a cabo os maiores festejos do 25 de Abril, que se prolongam, até final do ano, mas essa é outra matéria, que não divulga o nosso concelho, nem enche hotéis e restaurantes, portanto nada acrescenta à divulgação turística e ao negócio das empresas do nosso concelho.
 
Loulé, 09 de Julho de 2014
Os Vereadores