Viviane Reding e Paula Teixeira da Cruz falavam aos jornalistas à entrada para um encontro de trabalho do Partido Popular Europeu (PPE) que decorre entre hoje e quarta-feira em Albufeira, depois de uma reunião sobre a política de justiça na União Europeia.
“Claro que estou preocupada com o crescimento da extrema-direita na Europa. Discutimos muito esse assunto. Tudo o que fica desequilibrado é mau. E tudo o que esquece os valores sobre os quais a Europa foi construída é mau. Há uma negação dos valores básicos que unem o nosso continente. Por isso é que as pessoas precisam de defender [estes valores]. Eu vou fazê-lo na Europa, a ministra fá-lo-á aqui.”, afirmou a vice-presidente.
Demonstrando-se “muito contente” por ver que no Luxemburgo, o seu país de origem, e em Portugal, os movimentos fascistas e de extrema-direita e esquerda não elegeram deputados para o Parlamento Europeu, Viviane Reding apelou a que os países “se mantenham assim”.
Também a ministra da Justiça se mostrou preocupada com estes fenómenos: “Há algo que é absolutamente verdade: ou aqueles que acreditam nos valores, nas causas, nos direitos humanos se unem ou é evidente que corremos riscos sérios”´.
“Se há serpente no ovo é melhor matá-la dentro do ovo e não a deixar crescer”, afirmou Paula Teixeira da Cruz.
Nesse sentido, a ministra considerou que a Europa “não se pode dar ao luxo” de perder uma voz como a da vice-presidente, admitindo, quando questionada pelos jornalistas, que gostaria de ver Viviane Reding como Comissária Europeia para a Justiça.
A vice-presidente da Comissão elogiou ainda o trabalho feito pelo Governo português pela reforma do sistema judiciário.
Viviane Reding defendeu ainda que uma justiça de confiança é “essencial para a economia, para o crescimento e a criação de emprego”.
O arranque dos trabalhos do PPE, que se deu pouco depois das 15:00, esteve a cargo do recém-eleito presidente do grupo parlamentar do partido, Manfred Weber, dos eurodeputados Paulo Rangel e Nuno Melo e do presidente da Câmara de Albufeira, Carlos Silva e Sousa.
Durante a tarde, em intervenções fechadas à imprensa, haverá ainda palavras proferidas por nomes como o antigo presidente do Parlamento Europeu Jerzy Buzek, o presidente do Conselho Europeu Herman van Rompuy ou do presidente do PPE, Jospeh Daul.
À noite, o vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, encerra os trabalhos.
Por: Lusa