Sara Cardoso Nunes | Médica Interna na Unidade de Saúde Familiar (USF) Lauroé | Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve |snunes@arsalgarve.min-saude.pt

A vitamina D é responsável por múltiplos efeitos biológicos, como o poder de aumentar a absorção intestinal de cálcio, importante para a saúde dos nossos ossos.

Existem vários tipos de vitamina D, sendo os principais a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol), ambas encontradas em alimentos e suplementos. Uma particularidade interessante em relação à vitamina D3, é o facto de ser sintetizada na pele através da ação da luz ultravioleta do sol. Sim, isso mesmo: sintetizamos vitamina D só pelo simples facto de estarmos ao sol e essa é uma das suas principais fontes, além da alimentação e da suplementação.

Se assim é, por que podemos ter défice de vitamina D?

Antes da vitamina D exercer o seu efeito, precisa de ser ativa; essa ativação ocorre no fígado e rim, logo pessoas com problemas nesses órgãos terão a ação da vitamina D diminuída. Outro fator é a alimentação, pela baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina D e/ou baixa absorção intestinal. Pessoas com doenças que causem má absorção intestinal e pessoas idosas – em que a absorção intestinal já não é tão eficaz – estão em maior risco de défice desta vitamina. Nos dias de hoje é também factual que passamos a maioria do dia dentro de edifícios, com pouca exposição à luz solar e isso vai afetar, como vimos anteriormente, a produção de vitamina D.

Posto isto, aconselho o leitor a aproveitar o sol (sempre com precaução devido ao risco de queimaduras e cancro de pele), introduzir na sua dieta alimentos ricos em vitamina D (salmão, atum, óleo fígado de bacalhau) e, em caso de dúvida sobre a necessidade de suplementação, aconselhe-se sempre com o seu médico de família, lembrando que o excesso de vitamina D pode trazer problemas graves.

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