O espanhol Luis León Sánchez ainda não esqueceu o acidente que o afastou da camisola amarela no ano passado, por isso preferiu ser cauteloso ao apresentar a sua candidatura à geral da 43.ª Volta ao Algarve em bicicleta.

Em 2016, o ciclista da Astana emergiu do nevoeiro para surpreender todos os favoritos e sair do alto da Fóia de amarelo e com o triunfo na segunda etapa estampado no currículo. No entanto, na etapa seguinte, o seu sonho terminou no asfalto de Sagres, com uma queda feia no contrarrelógio a afastá-lo da 42.ª edição.

“No ano passado, estava muito bem. Tinha acabado de correr em Valência, tinha estado na Austrália. Este ano só venho da Austrália, estive em Andorra a treinar e correu bem. Chego aqui em boa forma. Talvez no primeiro dia me sinta um pouco estranho, pela falta de ritmo competitivo, mas espero conseguir estar bem logo no segundo dia”, assumiu em conversa com a agência Lusa.

Cauto depois do susto de há um ano, o murciano, de 33 anos, prefere sacudir a responsabilidade, ao invés de apresentar-se como favorito.

“O melhor é ir dia a dia, porque já sabemos o que aconteceu no ano passado. Quero tentar ficar numa boa posição na segunda etapa [Fóia], para tentar lutar pela vitória final. Depois é ver como saio do contrarrelógio para saber se ainda estou na luta pela geral”, resumiu.

Um ‘habitué’ das estradas portuguesas, mas também um veterano do pelotão internacional, Luis León Sánchez prefere não nomear adversários concretos, apontando antes para os blocos poderosos que, entre quarta-feira e domingo, vão estar na ‘Algarvia’.

“Penso que qualquer ciclista pode ser perigoso. A Katusha traz uma boa equipa, a Movistar luta sempre muito pelas corridas. Esta é uma volta em que aparece sempre algum ciclista de surpresa para estar na discussão. Eu vou tentar fazer a minha corrida. Vamos ver como me saio”, considerou, sublinhando que todos querem estar bem, por se tratar da primeira prova europeia da temporada para a maioria dos ciclistas.

Quanto aos objetivos para a restante temporada, o espanhol da Astana mostrou-se centrado no seu papel de trabalhador, revelando que vai estar na Volta a Itália e na Volta a Espanha, como gregário do italiano Fabio Aru.

“O Giro é uma ambição clara da equipa, tentarei estar aí na melhor forma possível para ajudar. Vou trabalhar para o Fabio, mas isso não significa que não possa lutar por um triunfo numa etapa. E depois, gostava de estar a um bom nível nas provas de uma semana e nas clássicas para as quais for selecionado”, enumerou o vencedor de quatro etapas no Tour (2008, 2009, 2011 e 2012).

 

Por: Lusa