A jurista Raquel Rodrigues, candidata do Chega à Câmara de Albufeira nas próximas eleições autárquicas, quer implementar medidas favoráveis à economia e que apoiem as famílias residentes no concelho, muito afetado pela pandemia de covid-19.
“Queremos implementar medidas favoráveis à economia e também a quem vive no concelho, não apenas a quem nasceu em Albufeira, mas a todos os residentes, para que tenham condições para se manterem nele”, afirmou a candidata à Lusa. Raquel Rodrigues, de 33 anos, é natural de São Domingos de Benfica, em Lisboa, e reside há 15 anos em Albufeira, tendo antes pertencido ao PSD, embora “sempre sem qualquer ambição política, até André Ventura”, líder do Chega, sair do partido. “Fiz logo campanha pelo Basta e fiz a angariação de assinaturas para a formação do Chega”, contou a jurista, recusando que o Chega seja um partido de extrema-direita, considerando-o, antes, um “partido de extrema necessidade” e “altamente” democrático. Casada, mãe de um bebé e a aguardar a chegada de outro, Raquel Rodrigues considera que para existir uma efetiva mudança na vida das pessoas, a mudança tem que se iniciar “dentro do sistema” e a única forma de fazê-lo é através da política. “Não há nada que esteja bem no concelho, a começar pelo turismo. Está tudo muito ligado a este setor, sobretudo ao turismo ‘low cost’. Tem que haver diversificação económica, na medida em que não existe indústria em Albufeira e os ovos foram todos colocados no mesmo cesto”, considera. Para a candidata do Chega, os efeitos desta falta de diversificação económica agravaram-se com a pandemia de covid-19, sendo Albufeira, devido à sua dependência do turismo, um dos concelhos mais afetados pela crise económica e desemprego. “Existe muita pobreza encoberta no concelho. Queremos apoiar as pessoas que não têm capacidade financeira, nomeadamente, a nível dos transportes, isentando, por exemplo, as famílias numerosas ou pessoas com incapacidade superior a 65%”, exemplificou. Por outro lado, no setor da habitação, a candidata propõe isentar de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) as forças de segurança, bombeiros voluntários ou jovens até aos 35 anos, além da criação de um plano efetivo para a criação de habitação. “Não basta dizer que vão criar habitação. É preciso dizer onde e como. Mas nós não achamos que devemos fazer isso numa vertente socialista. Vamos apoiar as bases capitalistas, porque eu sou pobre agora, mas não quero ser pobre para sempre”, concluiu. Raquel Rodrigues tem como adversários nas próximas eleições autárquicas Ricardo Clemente (PS), o atual presidente da Câmara, José Carlos Rolo (PSD), Desidério Silva (Movimento Independente por Albufeira), Abel Zua (Movimento-Albufeira Prometida), Nelson Trindade (CDU), Tomás Cavaco (BE) e Mónica Caldeira (PAN). Em 2012, o atual presidente, José Carlos Rolo, assumiu pela primeira vez essas funções durante um ano, após a renúncia ao cargo de Desidério Silva para se candidatar à presidência do Turismo do Algarve, mas manteve a segunda posição na lista do PSD para as autárquicas de 2013, ano em que foi eleito Carlos Silva e Sousa. Depois de renovados os mandatos em 2017, José Carlos Rolo - que agora vai a votos como cabeça de lista pela primeira vez - voltou a substituir Carlos Silva e Sousa na presidência da Câmara de Albufeira, após a sua morte inesperada, em 2018, e assume agora o desafio de manter para o PSD uma Câmara que os sociais-democratas governam desde 2001. Nesse ano, os sociais-democratas retiraram a gestão daquele município do distrito de Faro ao PS, conquistando uma maioria absoluta que conservam desde então e que lhes garante, na atualidade, quatro dos sete eleitos, contra três do PS. As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.