“O concelho tem de ser planeado a 20 anos, mas o problema é que tem sido planeado de quatro em quatro, porque o objetivo dos presidentes que têm sido eleitos é serem reeleitos. Quando o objetivo é ser reeleito, não há planeamento”, declarou à Lusa.
Com 60 anos, o candidato nascido no concelho vizinho de Faro, mas com raízes em Loulé, notou que o facto de ser um “concelho enorme, que vai do Alentejo até ao mar”, tem originado “muitas vicissitudes, completas desigualdades que foram criadas em 47 anos de democracia e nunca foram resolvidas”.
No entanto, considerou, a atual filosofia do executivo socialista, que lidera a autarquia há oito anos, reflete-se num funcionamento “que não produz trabalho suficiente”, por ser “muito burocrático”, adiando a realização de projetos.
“Além de impedir muitos projetos, esta maneira de funcionar impede, essencialmente, um planeamento adequado, porque estamos à espera de respostas durante dois anos e quando se for executar o projeto, já estará fora de prazo”, criticou.
Apesar de a Câmara de Loulé “não ser toda urbanismo”, o arquiteto sublinhou o facto de este “ser o maior concelho do Algarve, onde fica a Quinta do Lago, Vale do Lobo e Vilamoura, e que, por isso, tem ser planeado de outra maneira”.
“Terá que ter um serviço completamente diferente do que tem agora e tem lá pessoas para isso. Cerca de 2.000 funcionários dá para fazer muita coisa”, rematou.
Nas eleições autárquicas de 2017, o PS obteve maioria absoluta em Loulé, ao garantir sete dos nove eleitos na Câmara Municipal, contra dois da coligação “Todos pelo nosso Concelho”, formada por PSD/CDS-PP/MPT.
O socialista Vítor Aleixo, que desde 2013 governa a câmara, vai recandidatar-se a um terceiro e último mandato, sendo também candidatos, além de Fernando Santos (Chega), Rui Cristina (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Vergílio Ambrósio (CDU), Tiago Grosso (BE) e Ana Poeta (PAN).
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.
Por: Lusa
