À margem de uma ação de campanha realizada durante a manhã junto ao hospital de Faro, Catarina Marques lamentou à Lusa que estas transferências de competências não sejam “acompanhadas das verbas devidas e dos recursos necessários”, o que pode gerar problemas no futuro.
“Temos uma grande preocupação que a Câmara, não podendo dar resposta àquilo que são os serviços de educação e de saúde, tenha mais à frente de os privatizar”, alertou a candidata da coligação que junta PCP e PEV.
Para a candidata da CDU, a autarquia tem um papel “fundamental em bater o pé” e exigir que estas áreas não saiam da esfera do Estado e da administração central.
Segundo Catarina Marques, está a ser feito na saúde o que já aconteceu na educação, com a formação de agrupamentos, que juntam “muito mais trabalhadores” e um número “muito maior” de utentes.
Desta forma, considera, a resposta aos cidadãos fica prejudicada, sendo “muito mais difícil” dar às populações “o que precisam no âmbito da saúde”.
Após contactar com os trabalhadores do hospital, Catarina Marques disse ter ouvido queixas de exaustão, daí a CDU querer demonstrar “está ao seu lado”, assim como na “defesa” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"A CDU há muito anos que vem defendendo um maior investimento para o SNS, que precisa de mais recursos e mais financiamento para poder dar a resposta digna aos farenses e às populações", reforçou.
Recordando que durante a pandemia de covid-19 “se não fosse o SNS” a população teria ficado sem cuidados de saúde, reafirmou a necessidade da sua defesa, alertando para o aparecimento de “clínicas e hospitais privados” na cidade e no Algarve em “detrimento” de uma saúde “pública e para todos”.
Catarina Marques tem como adversários na corrida à presidência da capital algarvia o 'repetente' Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/MPT/PPM) - que se candidata a um terceiro e último mandato -, o antigo vereador socialista João Marques, Custódio Guerreiro (Chega), Elza Cunha (PAN) e Aníbal Coutinho (BE).
Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS alcançou 38,06% dos votos (restantes quatro vereadores) e a CDU, com 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013.