Taxa variável foi de 4,20% em maio, estando pouco superior à taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa fixa (4,19%).
As taxas de juro nos empréstimos habitação estão em máximos da última década. Isto porque a esmagadora maioria dos créditos habitação em Portugal são de taxa variável, que vão encarecendo à medida que a Euribor escala. Subiram tanto que, em maio de 2023, as taxas variáveis superaram pela primeira vez nos últimos anos a taxas fixas, revelou o Banco de Portugal (BdP).
 
Olhando para os novos empréstimos habitação, o regulador português indica que a taxa de juro média voltou a crescer, fixando-se em 4,15% em maio (3,97% em abril). Assim foi superado o limiar dos 4% pela primeira vez em 11 anos, explica na nota publicada esta quarta-feira, dia 5 de julho.
 
O que também é visível é que a “taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação [própria e permanente] contratados a taxa variável foi de 4,20% em maio, praticamente igual à taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa fixa (4,19%)”, indicam ainda. Estas taxas já vinham a aproximar-se há vários meses, acompanhando a subida de juros diretores pelo Banco Central Europeu (BCE).
 
Evolução da taxa fixa e da taxa variável no crédito habitação
 
“Em maio, existiu maior dispersão nas taxas de juro aplicadas aos novos empréstimos contratualizados a taxa variável: a 80% destes contratos foi aplicada uma taxa de juro entre 3,66% e 4,76%, enquanto 80% dos empréstimos a taxa fixa foram contratualizados a taxas entre 3,86% e 4,49%”, explica ainda o supervisor bancário. Isto significa também que a taxa variável máxima já é mais alta do que o máximo da taxa fixa.
 
Apesar das taxas variáveis estarem a ficar mais caras do que as fixas, as famílias continuam a contratar créditos habitação indexados à Euribor. Cerca de 88% dos 1.623 milhões de euros concedidos em maio destinaram-se à compra de habitação própria e permanente. E a maioria deste valor diz respeito a empréstimos de taxa variável (73%). Cerca de 20% do montante foi destinado a crédito habitação de taxa mista (que tem vindo a afirmar-se) e só 7% à taxa fixa.
 
Dos empréstimos de taxa variável para a compra de habitação própria e permanente, a Euribor a 6 meses continua a ser a taxa mais escolhida nos novos empréstimos, representando 57% do montante concedido para a compra de habitação própria e permanente. A Euribor a 12 meses foi atribuída a 25% do montante e a Euribor a 3 meses a quase 17%. Só 1% optou por usar outras taxas de referência, revelam os dados.
 

Por: Idealista