O «tranquilo» Famalicão e o «aflito» Portimonense empataram hoje a dois golos, em encontro da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Vila Nova de Famalicão.

Jhonder Cadiz ‘bisou’ para os locais, aos 60 e 63 minutos, após falhar um penálti aos 45+5, já com o Famalicão com 10, face à expulsão de Justin De Haas, aos 34, enquanto Alemão, aos sete, e Carlinhos, aos 77, de penálti, marcaram para os algarvios.

A formação de Armando Evangelista passou a somar 36 pontos, seguindo no oitavo lugar, enquanto os algarvios contabilizam agora 28, seguindo no 16.º posto, que obriga a disputar o play-off de manutenção.

Futebol: I Liga/ Famalicão - Portimonense (ficha)

Famalicão e Portimonense empataram hoje 2-2, em jogo da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Vila Nova de Famalicão.

 

Jogo no Estádio Municipal de Famalicão.

Famalicão – Portimonense, 2-2.

Ao intervalo: 0-1.

Marcadores:

0-1, Alemão, 07 minutos.

1-1, Jhonder Cádiz, 60.

2-1, Jhonder Cádiz, 63.

2-2, Carlinhos, 77 (grande penalidade).

 

Equipas:

- Famalicão: Luiz Júnior, Nathan, Riccieli, Justin de Haas, Francisco Moura, Zaydou, Topic (Gustavo Assunção, 55), Sorriso (Puma Rodriguez, 55), Gustavo Sá (Filipe Soares, 68), Chiquinho (Aranda, 88) e Jhonder Cadiz.

(Suplentes: Zlobin, Puma Rodriguez, Henrique Araújo, Aranda, Gustavo Assunção, Filipe Soares, Danho, Dobre e Martin).

Treinador: Armando Evangelista.

- Portimonense: Nakamura, Guga (Igor Formiga, 65), Pedrão, Alemão, Relvas, Fukui (Ronie Carrillo, 75), Carlinhos (Paulo Estrela, 82), Lucas Ventura, Midana (Gonçalo Costa, 27, Luan, 83), Hélio Varela e Tamble.

(Suplentes: Vinicius, Mvoué, Dener, Seck, Gonçalo Costa, Ronie Carrillo, Paulo Estrela, Luan e Igor Formiga).

Treinador: Paulo Sérgio.

 

Árbitro: Luís Godinho (AF Setúbal).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Pedrão (45+8), Filipe Soares (45), Tamble (56), Gustavo Sá (66) e Igor Formiga (90+1). Cartão vermelho direto para Justin de Haas (34).

Assistência: Cerca de 4.700 espetadores.

COMENTÁRIO: Famalicão, com menos um, empata em casa com Portimonense

 

O Famalicão, que esteve a jogar mais de uma hora com apenas 10 jogadores, conseguiu hoje um empate (2-2) em casa, com o Portimonense, em jogo da 30.ª jornada da I Liga de futebol.

Os famalicenses, que voltaram a jogar em casa depois de terça-feira terem perdido na receção ao Sporting, em jogo em atraso da 20.ª jornada, ainda conseguiram fazer a reviravolta depois de estarem a perder por 1-0. Mas, já perto do fim, os algarvios, numa grande penalidade, repuseram o empate.

No entanto, foi a formação da casa quem melhor entrou na partida e quem criou as primeiras situações de perigo. Ainda assim, e numa fase prematura do encontro, aos sete minutos, Alemão colocou os algarvios na frente: Carlinhos bateu na perfeição um livre e Alemão, sozinho, cabeceou para o golo.

O Famalicão reagiu e foram várias as vezes em que teve oportunidade de empatar o encontro, mas a pontaria não estava afinada.

Aos 11 minutos, Justin de Haas cabeceou à baliza e a bola passou muito perto do poste - chegou-se mesmo a gritar golo no Municipal de Famalicão. No minuto seguinte, foi a vez de Riccieli desperdiçar uma boa oportunidade, contudo, o capitão, após uma saída em falso de Nakamura, que deixou a baliza completamente aberta, cabeceou ao lado.

Logo depois, Sorriso, isolado por Gustavo Sá, também teve o golo nos pés, mas o remate saiu frouxo e ao lado.

O Famalicão acabaria por ficar desfalcado, aos 34 minutos, altura em que Justin de Haas viu cartão vermelho direto; Hélio Varela preparava-se para ficar isolado, mas o jogador da equipa famalicense travou-o em falta e foi punido por Luís Godinho.

A jogar com 10, o Famalicão ressentiu-se e acusou dificuldades depois deste lance.

Luiz Júnior, aos 37 minutos, salvou a equipa de sofrer o segundo golo, com uma dupla intervenção de qualidade, já que o guardião defendeu um livre marcado por Carlinhos e a recarga e Hélio Varela.

Já nos descontos antes do intervalo, o Portimonense ficou a pedir uma grande penalidade por uma hipotética mão de Francisco Moura, no entanto, o árbitro mandou seguir.

Mas foi o Famalicão que teve oportunidade de beneficiar de uma grande penalidade antes do descanso, após falta de Guga sobre Chiquinho. Jhonder Cádiz desperdiçou essa oportunidade e atirou por cima da baliza.

A formação da casa entrou da melhor forma no segundo tempo e rapidamente mudou o filme do jogo, e foi mesmo Cádiz o principal protagonista. Depois de falhar a grande penalidade no fecho do primeiro tempo, o avançado foi o responsável por uma espetacular reviravolta, que deixou os adeptos do Municipal de Famalicão ao rubro.

Após uma assistência longa de Francisco Moura, aos 60 minutos, Cádiz cabeceou para o golo do empate. Três minutos depois, da mesma forma, mas depois de um canto batido por Puma, o venezuelano colocou o Famalicão na frente.

Entretanto, e a pouco mais de 10 minutos do final, o Portimonense beneficiou de uma grande penalidade, por mão Filipe Soares. Carlinhos não desperdiçou a oportunidade e restabeleceu a igualdade.

Os últimos segundos foram eletrizantes com as duas equipas a terem oportunidades de se colocarem na frente: primeiro, foi o Famalicão, através de Aranda, a fazer um remate em arco e a obrigar a Nakamura a uma grande defesa, e, depois, foi Luiz Júnior a negar o golo a Hélio Varela.

 

Futebol: I Liga/ Famalicão - Portimonense (declarações)

Declarações após o jogo Famalicão-Portimonense (2-2), da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, no Estádio Municipal de Famalicão:

- Armando Evangelista (treinador do Famalicão): “AS incidências do jogo estiveram todas contra o Famalicão. Isso não implicou que tivéssemos assistido a um bom espetáculo. Assistimos a um espetáculo em que foi notório o querer das duas equipas. Foi um empate, mas nenhuma delas sai satisfeita, porque queriam as duas ter ganho.

Agora, se olharmos às incidências de jogo, tenho que estar satisfeito pelo que fomos capazes de fazer, de produzir, pelo que os meus jogadores sofreram. Não nos podemos esquecer os dois jogos que tivemos esta semana, um no Dragão e outro com o primeiro classificado [Sporting]. Dar uma resposta desta, com este calor tremendo, com menos um, acho que é fantástico.

É complicado quando aos sete minutos sofremos um golo. A equipa podia sofrer disso mesmo, mas não. Teve uma reação fantástica. Criámos duas ou três situações em que podíamos ter chegado ao empate e até ampliado a vantagem ao golo sofrido. Não conseguimos. Depois, em inferioridade numérica, tivemos o penálti que nos podia levar para intervalo com igualdade, também não conseguimos. Entrámos na segunda parte com uma superioridade fantástica. Conseguimos dar a volta ao resultado. Depois, aconteceu mais um penálti que dá o empate ao adversário.

É óbvio que há um trabalho, mas este trabalho não é feito só hoje. Trabalho de pôr a equipa com este espírito de querer, de ganhar, de luta, de entreajuda… É um trabalho que demora o seu tempo, que tem que ser construído durante a semana. E depois, no dia de jogo, pouco podemos fazer. É um trabalho de toda a gente. Não só do treinador. Espero que até ao final esta atitude seja para se manter e melhorar”.

- Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Isto é o futebol. Obviamente, é uma frustração grande não sair com os três pontos. Por termos estado em vantagem, com o adversário com um a menos. Mas, principalmente, pela não conseguir concretizar as situações claras de golo que criámos. Neste nível, paga-se caro. A frustração é essa. Nós criámos um número elevado de situações claras de golo e depois concedemos golos da forma de concedemos.

Muita alma desta juventude, a atitude, crença em busca do resultado, mesmo quando ficámos por baixo. Prefiro olhar para o copo meio cheio do que para o copo meio vazio. Há que pegar no que fizemos bem e continuar a trabalhar. Pode ser que a sorte nos bafeje para a semana. Mas a sorte só vem com muito trabalho.”

 

Lusa