“Este é um número muito significativo quando comparamos com o contexto nacional. Temos aqui empresários de grande qualidade e de grande capacidade competitiva. Estamos a falar do pelotão da frente das pequenas e médias empresas em Portugal. Este pelotão é muito importante, desde logo na geração de emprego, de valor acrescentado para o nosso país, nas exportações, mas, acima de tudo, pelo papel social fundamental que desempenham”, referiu Nuno Gonçalves, membro do Conselho Diretivo do IAPMEI.
Dos setores do comércio, informática, hotelaria e turismo, reparação automóvel ou prestação de serviços, estas empresas geraram um volume de negócio acima de 300 milhões de euros, 32 milhões de euros de resultados líquidos, um ativo líquido no balanço conjunto de mais de 500 milhões de euros e uma rentabilidade dos capitais próprios acima de 10%. A sua autonomia financeira, de 64%, encontra-se 20 pontos percentuais acima da média nacional.
Mas a par destes indicadores financeiros para aferir a atividade e o “escrutínio” das empresas, o responsável do IAPMEI sublinhou o facto de um outro critério ser cada vez mais importante: a sustentabilidade, “incontornável nos dias de hoje”. Seja nas dimensões do ambiente, responsabilidade social ou da governança, a questão da sustentabilidade “não é ficção científica, é mesmo realidade”, frisou, referindo por exemplo, o acesso ao crédito bancário em que os bancos já não consideram meramente os indicadores financeiros, mas também o score/pontuação na área da sustentabilidade.
Para ajudar todos os empresários que querem fortalecer esse caminho da sustentabilidade ou vão iniciar essa trajetória, o IPAMEI disponibiliza todo o apoio, fornecendo informações sobre esta temática através do seu website, canal do Youtube e a App do Empreendedor.
Na mesma linha de Nuno Gonçalves, também o autarca Vítor Aleixo relevou a importância desta matéria: “Não há atividade económica possível no futuro sem uma forte componente de sustentabilidade, ambiental e social!”. “Os empresários têm uma responsabilidade de primeira linha na sustentabilidade, quando gastam menos luz e menos água possível, instalam painéis fotovoltaicos, substituem relva por espécies autóctones, quando compram a produção agrícola local ou quando proporcionam aos seus colaboradores ordenados mais dignos, estão a ser sustentáveis”, notou o responsável autárquico.
Quanto aos selos de qualidade atribuídos ao tecido empresarial de Loulé, o presidente da Câmara lembrou que estes são também “um desafio” para a Autarquia responder com qualidade ao nível da criação de serviços e de infraestruturas que permitam atrair mais investimento. “É fundamental criar as condições para que as empresas se fixem no território e é isso que a Câmara de Loulé pode fazer”, disse o edil, recordando o trabalho realizado pelo Município em termos de rede viária, saúde, educação, seguranças dos seus cidadãos, recuperação de património, reabilitação dos espaços públicos ou promoção de atividades culturais.
Refira-se que este concelho conta com duas áreas empresariais: a Área Empresarial de Loulé, com 218.000m2 e onde se encontram mais de 195 empresas, uma associação empresarial, um ninho de empresas, entidades formadoras e outros serviços complementares que proporcionam o acolhimento de novas empresas; e a Área Empresarial de Vilamoura, com 158.321m2, onde se encontram instaladas 115 empresas do ramo da construção civil, da reparação naval, da distribuição alimentar, dos serviços de apoio ao turismo, entre outras.
A proposta de revisão do PDM de Loulé que foi recentemente entregue à CCDR Algarve prevê o alargamento do perímetro destas duas áreas, permitindo, assim, “o crescimento empresarial e económico do concelho”, mas sempre sob a batuta da sustentabilidade.
Esta sessão contou também com uma apresentação por parte do presidente da CCDR Algarve, José Apolinário, que veio falar sobre as principais linhas do Programa Algarve 2030 e os fundos europeus direcionados para as empresas.