A tradicional Feira de São Miguel, um evento enraizado na cultura e identidade de Olhão, deixou de se realizar, alegadamente e segundo o Presidente da Câmara Municipal, por falta de um local adequado. No entanto, com um concelho que se estende por cerca de 130 km², Alexandre Pereira considera incompreensível a ausência de uma solução que permita a continuidade deste evento tão importante para a comunidade.
A Feira de São Miguel, como é atualmente conhecida, é um evento histórico e centenário, foi no ano de 1753 que foi concedido o alvará para a realização da Feira Franca nos dias 28, 29 e 30 do mês de Setembro.
Na “Corografia ou Memória Económica, Estadística e Topográfica do Reino do Algarve”, de 1841, na página 345, João Baptista da Silva Lopes diz que Olhão tem “Feira franca de 3 dias a 30 de Abril e outra a 29 de Setembro” referindo-se à Feira de Maio recentemente reativada e à tradicional feira de São Miguel.
O Deputado Olhanense refere que “é hora de olhar para o nosso concelho de forma equilibrada e justa, considerando todas as suas freguesias. Alternativas viáveis, como o recinto do mercado e feira de velharias de Quelfes ou o recinto do mercado de Moncarapacho, são zonas que poderiam perfeitamente acolher a Feira de São Miguel, mantendo viva a tradição e distribuindo o desenvolvimento de eventos pelo território. Tive inclusive a oportunidade de abordar este tema com o presidente da União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta que mostrou a sua concordância com esta relocalização”.
“A realização de eventos de grande escala, como a Feira de São Miguel ou o Festival do Marisco, na frente ribeirinha ou na zona histórica de Olhão, tem gerado constantes constrangimentos, especialmente durante os meses de verão, com a concentração de atividades e visitantes. A descentralização e relocalização de feiras e eventos importantes permitiria aliviar essa pressão e ao mesmo tempo valorizava outras áreas do concelho”.
“Aliás, na nossa candidatura à Câmara Municipal de Olhão em 2021, propusemos a criação de um Parque de Feiras e Exposições, uma infraestrutura essencial para garantir que eventos como a Feira de São Miguel ou Festival do Marisco, possam ser realizados de forma adequada e sustentável, sem causar impacto negativo nas zonas urbanas mais sensíveis. Esta medida continua a ser uma prioridade, e tudo faremos para que se concretize”.
“Hoje, mais do que nunca, é possível inovar, adaptar e reinventar a Feira de São Miguel, mantendo a sua essência e ligação histórica. Podemos tornar este evento num espaço mais diverso e inclusivo, abrindo as portas a artesãos e produtores locais, promovendo o artesanato vivo e a demonstração de antigas profissões que fazem parte da nossa identidade cultural. Com um enfoque em práticas sustentáveis e na valorização de recursos locais, poderíamos recriar uma Feira de São Miguel mais abrangente, preservando as tradições, mas ao mesmo tempo incorporando elementos contemporâneos que enriqueçam a experiência para todos, sem desvirtuar a sua importância no passado” acrescenta o Deputado Municipal em Olhão.
“Enquanto oposição responsável, o nosso compromisso é apontar para o caminho certo, apresentando soluções inovadoras e viáveis para o bem de todo o concelho de Olhão. Juntos, com equilíbrio e visão, podemos construir uma verdadeira alternativa que valorize todas as freguesias e permita o crescimento harmonioso de eventos culturais e económicos de relevo”.
“Olhão merece uma gestão que pense de forma inclusiva, eficiente e equilibrada, e estamos aqui para garantir que isso aconteça”, Conclui Alexandre Pereira.
PAN