O júri, constituído por António Carlos Cortez, Carina Infante do Carmo e José Carlos Seabra Pereira, decidiu atribuir o prémio por maioria, enaltecendo o “tom irónico e melancólico” da escrita poética de “Aberto Todos os Dias”.
Esta obra “coleciona anotações meditativas sobre coisas, seres e paisagens do quotidiano, e neles se entretecem a contemplação da História, a passagem do tempo, a marca metapoética”, refere a fundamentação do júri.
“A dispersão e montagem desta obra de João Luís Barreto Guimarães, anunciadas na derradeira epígrafe, de nítido fundo programático (‘He pursued a vision of wholeness by means of collage’, Christopher Reid), convergem com a calculada composição do livro e um seguro substrato de memória literária e artística”, acrescenta.
João Luís Barreto Guimarães, poeta, tradutor e médico, nasceu no Porto em junho de 1967. Publicou o seu primeiro livro em 1989. Vencedor de vários galardões, foi Prémio Pessoa em 2022. A sua obra está publicada em Espanha, França, Chéquia, Itália, Polónia, Egito, Grécia, Sérvia, Finlândia, Croácia, Macedónia, Brasil e EUA.
O prémio não foi atribuído por unanimidade, porque António Carlos Cortez votou no livro “Oníricas”, de Ana Marques Gastão.
O Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa, no valor de 12.500 euros, instituído pela APE e patrocinado pela Câmara Municipal de Faro e pela Fundação Millennium BCP destina-se a galardoar anualmente uma obra de poesia, em português, publicada integralmente e em primeira edição.
O Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa foi instituído em 2023 e, nesta primeira edição, avaliou obras publicadas nesse ano.
O vencedor foi anunciado hoje, precisamente quando se assinalam 100 anos do nascimento do poeta António Ramos Rosa.
Lusa