GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com

As ligações entre Loulé e a Rússia não se limitam aos emigrantes recém chegados…

O comandante da Legião Portuguesa mobilizada quando da invasão da Rússia (1812) para o exército Imperial Napoleónico, era o Marquês de Loulé, Agostinho Domingos de Mendonça Rolim de Moura Barreto (fig.), nascido em 1780. Regressado a Portugal depois da aventura Russa foi condenado à morte, tendo ido ao Brasil pedir perdão Régio. Desde 1799, o também 8º Conde de Vale dos Reis era venerável da Maçonaria e confidente de D. João VI. Foi assassinado de forma ritual em 1824.

A avenida Duque de Loulé foi nomeada em homenagem a seu filho Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto. Líder do partido Histórico foi por diversas vezes ministro e, por três vezes,  Presidente do Conselho de Ministros.

A Legião Portuguesa foi formada no seguimento da 1ª invasão Francesa (1808), por Junot. 5307 militares Portugueses integraram assim o “Grand Armée”.

Napoleão decidiu invadir a Rússia com o maior exército jamais visto (680 000 homens). Em Agosto de 1812 deu-se o confronto com o exército do Czar Alexandre.

Na tomada de Smolensk encontrou-se a Legião Portuguesa com os Russos e foi a primeira força que passou o Dnieper, atravessando-o a nado para proteger a operação do lançamento da ponte de barcos para passar todo o exército. Foram muito molestados pelo fogo das tropas Russas. Atacaram à baioneta e tendo recebido ordem de deitar fogo a Smolensk assim o fizeram…

Na marcha para Borodino Napoleão reparou em que os Portugueses marchavam na frente de todo o exército, lugar que não era costume ser ocupado por estrangeiros e fez a esse respeito uma observação ao seu Marechal Ney que lhe respondeu “Sim, Senhor, são os Portugueses os nossos guias e os que os seguirem não se desviarão nunca do caminho da honra. Napoleão dirigindo-se-lhes depois da batalha: “Que a posteridade mais remota cite com orgulho a vossa conduta neste dia “.

Na retirada da Rússia a miséria do exército era enorme.… Voltaram a França apenas uns cem Portugueses…