Mais de uma centena de participantes debateu como «Preservar o Passado, Comunicar a Memória», no V Encontro de Arquivos do Algarve, que decorreu nos dias 26 e 27 de maio no Convento de São José, numa organização da Rede de Arquivos do Algarve (RAalg), em conjunto com a Câmara de Lagoa.

Com início em 2009, os Encontros de Arquivos do Algarve têm abrangido distintas áreas temáticas que interessam não só a arquivistas mas também a outros gestores de informação. Subordinados aos temas “Valorização do Património Histórico do Algarve” (2009), “Sistemas de Gestão Integrada da Informação” (2011), “Gestão Documental: Classificação” (2013) e “Acessibilidade e Confidencialidade da Informação” (2015) têm permitido a partilha de experiências e conhecimento entre profissionais.

A sessão de abertura dos trabalhos do V Encontro foi presidida por Luís Encarnação, vereador da Câmara de Lagoa, Alexandra Gonçalves da Direção Regional da Cultura do Algarve, Silvestre Lacerda da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e António Monteiro da Rede de Arquivos do Algarve.

O encerramento coube a Luísa Pereira, diretora do Arquivo Distrital de Faro, Alexandra Lourenço, diretora da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Sónia Negrão, presidente do Grupo de Coordenação da Rede de Arquivos do Algarve e Anabela Simão Rocha, vereadora da Câmara de Lagoa, que agradeceu o fato do mesmo ter tido lugar no Concelho onde tem sido uma constante a criação de condições para a realização de todo o tipo de colóquios, permitindo a divulgação da sua imagem moderna, que vai para além do reconhecido turismo de sol e praia.

Com um vasto leque de comunicações, debates e mesas redondas, o V Encontro de Arquivos do Algarve contou com a participação dos melhores especialistas nacionais que proporcionaram uma elevada qualidade a todo o evento, com partilha de informação e um melhor conhecimento sobre a problemática dos Arquivos, salientando a necessidade de valorizar o património cultural neles constante pois, como afirmou Anabela Simão, “a cultura é centralizadora da comunidade”.

No primeiro dia, o painel sobre a “Preservação da Informação” abordou a conservação analógica de fotografias, as metodologias tradicionais de conservação de documentos antigos, a importância da adaptação dos edifícios dos Arquivos para um benéfico equilíbrio das condições necessárias para a sua preservação, a problemática da salvaguarda do património digital – aprofundando-se relativamente aos e-mails – a necessidade de partilha, entre entidades, de atividades com vista à digitalização e à preservação digital e o que isso implica a nível de continuidade de comprometimento a médio e longo prazo para a sua conservação.

Seguiu-se uma mesa redonda intitulada “Comunicar em Redes”, que contou com a participação de Silvestre Lacerda, diretor da DGLAB, de Júlia Rodriguez, diretora da Rede de Archiveros de Madrid e de representantes de Redes de Arquivos do Algarve, do Alentejo, de Aveiro e do Alto Minho.

O segundo painel, “Investigação em Arquivos”, salientou a importância dos Arquivos irem ao encontro das necessidades dos investigadores, a relevância que os Arquivos Municipais têm por serem detentores do vasto património de toda uma comunidade, registando assim a sua identidade e a importância do envolvimento e colaboração dos munícipes para a valorização, engrandecimento e conservação desses acervos de património regional. Seguiram-se três Grupos de Reflexão sobre “Invisibilidade dos Arquivos”, “Interoperabilidade em Arquivos” e “Avaliação da Avaliação”, finalizando os trabalhos do dia com as conclusões dos debates dos grupos.

Os trabalhos do segundo dia incluíram o último painel, dedicado à “Difusão da Memória” (Plataformas de Acesso), em que foram abordadas as diferentes plataformas e software disponíveis, com destaque para um caso concreto a nível nacional e no estrangeiro e questões essenciais como, entre outras, a autenticidade e segurança dessas plataformas.

Este painel – que contou com uma comunicação via Skype – abordou temáticas diversificadas como a importância da informação prestada aos utentes ser o mais concisa possível e o dever de ir ao encontro das necessidades dos investigadores. Foram apresentados o caso da implementação do software livre no Arquivo Municipal de Sines e o projeto e trabalho executado pelo Arquivo Municipal de Lagoa no sentido de restaurar e inventariar o acervo documental da Igreja de Santiago de Estômbar.

As conclusões foram apresentadas pelos respetivos relatores de cada sessão.

 

Por: CM Lagoa