André Magrinho, Professor universitário, doutorado em gestão | andre.magrinho54@gmail.com

A revolução digital (vulgo Indústria 4.0), coloca exigências acrescidas às pessoas, empresas e demais organizações. O funcionamento integrado das tecnologias digitais, como a inteligência artificial, a robótica avançada, “BIG Data”, internet das coisas (IoT), tem implicações profundas em todos os elos da cadeia de valor das empresas e outras organizações, nomeadamente na estratégia e qualidade da gestão, modelos de negócio, logística, distribuição, recursos humanos, comércio, marketing e comunicação. Altera-se substancialmente, o tempo e o modo como se aprende, trabalha, compete e coopera. Três grandes forças tecnológicas emergem, obrigando a repensar a forma como o trabalho vai ser organizado e gerido: (i) a automação crescente leva a que, cada vez mais, um número crescente de empresas, trabalhem com menos interferência humana direta; (ii) a gestão estimulada por grandes bases de dados, os Big Data, complementa a intuição e a experiência com dados e experimentação; e, (iii) a fluidez de recursos, associa as tarefas ao desempenho das pessoas mais capacitadas, dentro ou fora da organização. Para que a criatividade, a inovação e a cultura da empresa sejam estimuladas, a revolução digital deve estar associada a um mundo onde os computadores e a robótica avançada e outras tecnologias digitais, ajudem as pessoas a colaborarem com fluidez e a sustentar melhor as suas decisões e as suas propostas de valor. Portugal está ainda aquém de uma real sociedade do conhecimento, sendo necessárias ações concertadas que promovam a educação, ciência e tecnologia, o emprego e o alinhamento entre educação e mercado de trabalho. Faz, por isso todo o sentido os investimentos que Loulé tem vindo a fazer na educação e ciência e tecnologia cooperando com a Universidade do Algarve, nomeadamente na área da saúde, para reforçar o seu posicionamento na sociedade do conhecimento.