Ricardo Santos, que venceu aqui, no Clube de Golfe do Santo da Serra, em 2012, deu um pontapé na crise de três cuts falhados nos três últimos torneios que disputou e trouxe reminiscências da maior vitória da sua carreira.
O algarvio de 32 anos arrancou uma exibição soberba, em 66 pancadas, 6 abaixo do Par do traçado de Robert Trent Jones Sr., e surge no grupo dos 5º classificados, a apenas 3 pancadas do líder, o espanhol António Hortal.
«Foi um bom desempenho, foi ótimo, porque não venho de muitos bons resultados. Comecei o Open da melhor forma, como já ansiava há algum tempo e espero que assim continue», disse o n.º2 português, que somou 7 birdies e sofreu apenas 1 bogey.
Os dois Ricardos jogaram no mesmo grupo pela primeira vez em torneios do Challenge ou do European Tour (já tinha acontecido em eventos do PGA Portugal Tour) e a exibição de Santos inspirou Melo Gouveia a superar-se num dia em que esteve bem mas não excelente como tem acontecido nos últimos tempos.
O impressionante em “Melinho” é o grau de confiança que o leva a alcançar um bom resultado mesmo quando nem tudo está perfeito.
«O resultado foi muito bom, mas não estive ao meu melhor nível no jogo comprido, principalmente com o drive. Consegui recuperar bem dos shots que falhei e meti alguns putts. Senti que poderia ter metido mais alguns mas estou contente com a volta», comentou o n.º1 português e líder do Challenge Tour, depois de entregar um cartão de 68 pancadas, 4 abaixo do Par.
O algarvio de 23 anos está a 5 pancadas do líder, empatado no 21º posto, e continua a ter boas hipóteses: «Ainda falta muito jogo, muita coisa pode mudar e é bom começar bem. Espero que amanhã consiga outro bom resultado para no final da semana levantar o troféu».
Lima e Pinto no cut provisório
Dos dez portugueses em prova, há mais dois dentro do cut provisório, Filipe Lima e Gonçalo Pinto, ambos no grupo dos 53º classificados, com 70 (-2), mas com exibições distintas.
O português residente em França jogou bem, mas poderia ter estado melhor nos putts, enquanto o algarvio – que até terminou com um chip-in do bunker à direita e à entrada do green do 18 – ressentiu-se do approach desafinado.
Fora do cut provisório mas com boas hipóteses, abaixo do Par, está João Carlota, com 71 (-1), em 75º empatado.
Já os restantes portugueses precisam de uma grande segunda volta amanhã para poderem passar o cut. Pedro Figueiredo e Tiago Cruz estão no grupo dos 119º (+1), Carlos Laranja em 143º empatado (+3), Tomás Bessa em 147º empatado (+4) e João Pedro Sousa em 152º (+5), empatado com o filho do malogrado Seve Ballesteros (Javier) e com o inglês Kenneth Ferrie que até tem no seu palmarés três títulos do European Tour.
Destes jogadores, merece algum destaque Carlos Laranja, porque tem apenas 15 anos, é um amador de talento e começou de rompante, com 2 birdies, antes de acusar «ansiedade».
O sol brilhou para todos
O Clube de Golfe do Santo da Serra mostrou hoje a sua melhor cara, num dia soalheiro, de temperaturas elevadas, com pouco vento de manhã e já um vento bem mais forte à tarde.
O aspeto mais insólito do dia talvez tenha sido o ruído dos motores do rali que ontem teve uma jornada de treinos e verificações, forçando os golfistas a uma concentração diferente ao que estão habituados.
Com condições de jogo que o ex-campeão nacional, Pedro Figueiredo, catalogou de «perfeitas, com bons greens, num dia para fazer algumas pancadas abaixo», os jogadores do circuito europeu mostraram a sua qualidade.
Basta dizer que 98 dos 156 jogadores bateram o Par-72 dos percursos Machico e Desertas; houve 26 eagles, sendo que 15 deles aconteceram no buraco 11, a jogar-se mais como um Par-4 do que como um Par-5; e carimbaram-se 641 birdies!
Foi um festim, embora seja justo referir que quem jogou de manhã foi beneficiado, dadas as rajadas de vento bem mais fortes à tarde, como bem sentiram na pele Tiago Cruz e Tomás Bessa.
Mesmo assim, foi um dos jogadores vespertinos a assumir o comando aos 18 buracos, o espanhol de 24 anos, António Hortal, apenas o 128º na Corrida para Omã do Challenge Tour.
Com 1 eagle e 8 birdies para apenas 1 bogey, Hortal assinou uma volta de 63 (-9) e comanda com 1 pancada de vantagem sobre o seu compatriota Nacho Elvira, que ficou isento de bogeys e colecionou 8 birdies.
«Gosto de jogar com vento, por isso, foi perfeito», disse Hortal, que no ano passado ganhou o Challenge da Catalunha e que em 2014 terminou em 3º empatado (-6) neste torneio da Região Autónoma da Madeira: «Sei como se deve jogar neste campo, devido às boas memórias que tenho do ano passado, e isso faz com que tudo seja mais fácil».
O torneio de 156 jogadores oriundos de 23 países prossegue amanhã, a partir das 08h00, com previsões meteorológicas complicadas. No final da segunda volta, haverá um cut para os 65 primeiros em empatados.
Nacho Elvira vence Pro-Am
Decorreu hoje a cerimónia de entrega de prémios do Pro-Am com as presenças dos representantes do BPI, Rita Lourenço e Diogo Louro, recebidos pelo presidente do Clube de Golfe do Santo da Serra, António Henriques.
O Pro-Am abriu ontem (quarta-feira) o programa do 23º Madeira Islands Open Portugal BPI e foi conquistado pelo profissional Nacho Elvira.
O espanhol emparceirou com os amadores Miguel Tavares Jr., Bernardo Calção e Roberto Henriques, conseguindo um resultado de 55 pancadas, 17 abaixo do Par.
A apenas 1 pancada de distância ficaram três equipas, dos profissionais Jerôme Casanova (com os amadores Ana Bento, Rui Cunha e Timothy Broad), Tom Murray (Milton Gouveia, António Vasconcelos e Adelino Pereira) e Benjamin Hebert (Lino Bento, João Lopes e Manuel Sousa).
Por PGA