O apelido Farinha deriva do senhorio de Farinha Podre, em Góis, na comarca de Coimbra.
A ascendência dos “Farinha” remonta a Egas Pais de Penagate que foi valido do Conde D. Henrique (1096-1112), alcaide do Bouro e de Penela e fundador de Mosteiro de Rendufe, perto de Braga. Casou com Elvira Soares, filha de Soeiro Guterres, sua familiar próxima, que por isso foi excomungado. Este episódio admite a hipótese de Egas Pais ser filho de Paio Guterres, patriarca dos “Silva”, por este ser irmão do seu sogro e pelo patronímio “Pais” (José Mattoso, 1987). Casou também com Sancha Mendes, filha de Mem Peres de Briteiros. Egas e Elvira seriam os pais de Paio Viegas.
Paio Viegas é apontado, por Montebelo, como pai de Rui Pais Viegas (D. Pedro Conde de Barcelos, 1344).
Rui Pais Viegas foi pai de Vasco (José Mattoso, 1995).
Vasco Rodrigues casou com Maria Vasques, irmã de Gonçalo, Álvaro e Maria Vasques, os quais foram filhos de Vasco Pires Farinha e Maria Pires. A Maria Vasques foi a única da irmandade a ter geração e Martim foi seu filho.
Martim Vasques de Góis herdou de seu tio Gonçalo Vasques o senhorio com o mesmo nome. Foi vassalo de D. Pedro I de Portugal (1357-67) e acompanhou D. Pedro I de Castela (1350-69) nas guerras contra D. Pedro IV de Aragão (1336-87). Casou com Violante de Melo, filha de Martim Afonso de Melo e Maria Vasques Resende e foram pais de Estêvão.
Estêvão Vasques de Góis, herdeiro do senhorio, foi vassalo de D. João I (1385-1433), achou-se nas Cortes de Coimbra (1385) e foi Alcaide de Lisboa. Foi casado com Constança Afonso. Fora do matrimónio teve Vasco.
Vasco Farinha, legitimado por D. João I que lhe deu a colheita de Góis, foi o primeiro a subir aos muros de Tui nas guerras com Castela. Seus filhos tornaram o apelido “Farinha” diferente do de “Góis”.
Outro Vasco Farinha ou Grão Vasco foi célebre pintor quinhentista.
O Mouro Brefona ou Bafome AlFarim “o Farense” vivia em 1512 (M.F.Barros, 2014), mas não deverá estar relacionado com o Louletano André Farinha (1523)...
