A admissão destes enfermeiros e outros profissionais vai ser feita num “procedimento em regime extraordinário” realizado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, através do Centro Hospital do Algarve (CHA), e foi assumida pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na segunda-feira, numa reunião com uma delegação municipal de autarcas e profissionais da unidade, revelou a autarquia sede do Centro de Medicina do sul.
O presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, disse à agência Lusa que, na reunião, em Lisboa, o ministro deu a indicação ao presidente da ARS do Algarve para proceder à admissão desses profissionais e melhorar a atual capacidade de resposta da unidade de saúde, enquanto não é estabelecido o novo modelo de gestão do Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMFRS).
Vítor Guerreiro explicou que o CMFRS passará a ser tutelado pelo novo Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), cuja constituição tem de ser feita através da aprovação de um decreto-lei em Conselho de Ministros, ao que tudo indica, segundo o autarca, “no final do mês”.
O presidente da câmara algarvia tinha pedido ao ministro que desse esse sinal aos representantes dos munícipes e dos profissionais do centro e Adalberto Campos Fernandes acedeu a reunir-se com eles para lhes dar nota destas decisões e do que está previsto para o centro.
Profissionais, autarcas e partidos políticos têm criticado o subaproveitamento das capacidades reais do CMFRS, a falta de pessoal e a degradação dos serviços prestados na unidade, considerada uma referência a sul do Tejo no tratamento e reabilitação de pessoas com lesões motoras incapacitantes.
Após a conclusão da Parceria Publico Privada (PPP) com um grupo empresarial, em 2013, a gestão do CMFRS passou a ser assegurada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve até ser tomada uma decisão sobre o novo modelo de gestão, mas até ao momento este ainda não foi definido.
O autarca disse “estranhar” um comunicado divulgado hoje pelo PSD local a lamentar não ter sido incluído na delegação do município, porque na reunião com o ministro estiveram, assegurou, “elementos das várias forças políticas representadas na Assembleia Municipal”.
O governante garantiu aos presentes “a colocação imediata de 24 enfermeiros e de alguns outros profissionais de saúde, que são absolutamente necessários ao pleno funcionamento do Centro” e para permitir “o internamento, na totalidade das suas camas” da unidade, adiantou a autarquia num comunicado.
“O ministro garantiu também a aprovação, a muito breve prazo, do decreto-lei que criará o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), que virá integrar o Centro [de Medicina Física e de Reabilitação] de São Brás de Alportel, na qualidade de Entidade Pública Empresarial (EPE), dotado da autonomia necessária ao seu pleno funcionamento, como anteriormente”, referiu a mesma fonte.
Vítor Guerreiro disse ter saído da reunião “esperançado” na resolução do problema e “confiante” na palavra do ministro, apesar de já ter tido ao longo deste tempo promessas semelhantes, tanto do atual executivo como do anterior Governo do PSD/CDS-PP, que “não se cumpriram”.
Fonte da ARS do Algarve disse à Lusa que o organismo está já a trabalhar para dar resposta “o mais rápido possível” às indicações da tutela.
Por: Lusa