O PS venceu as eleições autárquicas em Faro com 39,48% e quatro mandatos, reconquistando a Câmara que há 16 anos era governada pelo PSD, cuja coligação PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT foi a segunda força mais votada, com 31,64% e três mandatos, sendo a terceira o Chega, com 17,26% dos votos e dois mandatos.
Em quarto lugar, com 3,70% dos votos, ficou a CDU (coligação PCP/PEV), cujo cabeça de lista às eleições, Duarte Baltazar, confessou à Lusa que os resultados eleitorais “ficaram aquém das expectativas” de conquistar, pelo menos, um mandato.
“Confesso que tinha a expectativa de conseguir um resultado um pouco melhor atendendo à última sondagem, mas penso que o apelo ao voto útil veio baralhar um pouco as nossas contas”, apontou, realçando que o resultado “representa a vontade das pessoas.
Apesar de não ter conseguido representação no executivo municipal, a CDU elegeu um deputado municipal, embora tenha reduzido de dois para um o número de mandatos na Assembleia Municipal relativamente às eleições de 2021.
O Livre, que pela primeira vez se apresentou a eleições aos vários órgãos autárquicos em Faro, ficou em quinto lugar nas eleições, com 1,98% dos votos, tendo conseguido eleger um deputado para a Assembleia Municipal.
Em declarações à Lusa, a cabeça de lista Adriana Marques Silva disse estar contente com os resultados, na sequência de uma campanha “feita com autenticidade e proximidade”, tendo o voto dos farenses mostrado que “há espaço para novas vozes em Faro”, considerou.
“Ganhámos representação na Assembleia Municipal, o que nos permitirá acompanhar e fiscalizar a atividade autárquica, defendendo os valores de transparência, justiça social e sustentabilidade que o Livre representa”, sublinhou.
Em sexto lugar ficou o BE, com 1,10% dos votos, perdendo o único representante que tinha na Assembleia Municipal, razão pela qual o candidato à Câmara de Faro, José Moreira, reconheceu que é preciso perceber o que é que aconteceu.
“Foi uma séria derrota para o Bloco de Esquerda em Faro e isso é responsabilidade minha enquanto cabeça de lista”, assumiu, considerando, contudo, que a escolha de “paraquedistas” como Pedro Pinto, do Chega, que elegeu dois vereadores, “não foi compensada”.
José Moreira recordou que o Chega falava em ganhar a Câmara “e conseguir uma maioria absoluta”, mas “teve um resultado que ficou muito abaixo das expectativas” e isso representa uma “clara derrota” para o partido liderado por André Ventura.
“Saudamos a eleição do António Pina [PS] e cumprimentamos também o derrotado [Cristóvão Norte, da coligação PSD/IL/CDS/PAN/MPT) e também a candidatura da CDU, e agora está nas mãos das forças políticas que têm assento na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal levarem a bom porto os seus programas e governarem a cidade”, acrescentou.
José Moreira garantiu, contudo, que o BE, “mesmo não tendo representação na Assembleia Municipal, continuará a fazer o seu trabalho político e continuará atento ao que se passa” em Faro.
O candidato independente apoiado pelo Volt Portugal, Pedro Oliveira, que obteve 0,89% dos votos, ficando em oitavo e último lugar, recusou, em declarações à Lusa, que tenha sido um resultado negativo.
“Não acreditamos que tenha sido uma luta negativa e um resultado negativo. Antes pelo contrário, penso que há pessoas interessadas em ter uma política diferente e candidatos com ideias diferentes e aspirações diferentes”, disse.
O candidato, que liderou uma lista que não apresentou candidatos à Assembleia Municipal, nem a qualquer das juntas de freguesia do concelho, assegurou que vai continuar a ser independente e prometeu regressar nas próximas autárquicas “com o apoio do Volt ou de outros partidos”.
A Lusa tentou obter uma reação aos resultados por parte do Chega, que ficou em terceiro lugar, com dois mandatos, tendo conseguido também eleger cinco deputados municipais (em 2021 tinha sido apenas um), mas tal não foi possível até ao momento.
O cabeça de lista do Chega à Câmara de Faro é Pedro Pinto, líder parlamentar do partido.
O candidato do ADN, José Freitas Oliveira, que ficou em sétimo lugar, com 0,99% dos votos, não se mostrou disponível para reagir aos resultados.
Lusa