A campanha, cujo lema foi “Partilhar sabe bem”, apelou à solidariedade, ao voluntariado e à união social, reforçando a importância do contributo e envolvimento de cada um, numa partilha com os que têm mais necessidades, retomando um dos valores do Banco Alimentar e estabelecendo uma analogia com a partilha nas redes socias.
Mais de 40 mil voluntários de todas as idades e com convicções diversas, mas aqui unidos por uma causa, disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim de semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, a pesagem e a separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando assim a adesão entusiástica ao projeto do Banco Alimentar Contra a Fome.
Os géneros alimentares recolhidos serão posteriormente distribuídos por um total de 2.360 Instituições de Solidariedade Social a mais de 436 mil pessoas com carências alimentares comprovadas.
As campanhas são extraordinárias cadeias de solidariedade onde cada elo – pessoas que colocam os seus donativos nos sacos do Banco Alimentar, voluntários que dão o seu tempo e trabalho e empresas que garantem seguros, transportes, refeições, segurança, limpeza – é indispensável e igualmente importante.
Campanhas “Ajuda Vale” e online
A campanha deste fim-de-semana marcou também o inicio da campanha “Ajuda Vale”, modalidade de recolha de alimentos mais flexível e também adaptada a estabelecimentos de menor dimensão em que por razões de espaço é difícil a presença de voluntários, que se prolongará ainda até 5 de Junho em todas as lojas das cadeias Continente, Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Makro e Pingo Doce, assim como nos postos da GALP e BP. A Campanha-Vale permite a recolha de alimentos através de uma abordagem em que permanece ao critério do cidadão a escolha dos produtos que pretende destinar ao Banco Alimentar Contra a Fome, embora a restante logística seja assegurada pelo próprio estabelecimento. Cada cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, da unidade e do correspondente código de barras, através do qual é efetuado o controlo das dádivas. Ao efetuar o pagamento, o dador entrega o cupão “Ajuda Vale” na caixa registadora. A logística de recolha e transporte para os Bancos Alimentares Contra a Fome fica a cargo da cadeia de distribuição aderente. As doações são auditadas por uma empresa externa especializada.
Ao longo da próxima semana, até 5 de Junho igualmente, haverá ainda a possibilidade de contribuir para os Bancos Alimentares Contra a Fome on line, no site www.alimentestaideia.net, a plataforma de recolha de alimentos na Internet. Para além da comodidade na medida em que evita a deslocação tradicional aos estabelecimentos comerciais, a nova plataforma, que se caracteriza por uma grande simplicidade, permite comprar on line, ao mais baixo preço do mercado, um conjunto de 6 produtos alimentares essenciais para ajuda às famílias. O pagamento é feito por Multibanco ou Visa, tal como com qualquer outro pagamento de serviços ou compra online. Uma mais-valia da plataforma eletrónica de recolha de alimentos consiste na sua integração às principais redes sociais e móveis como o Facebook e o Instagram.
Dados relativos à actividade
A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha de géneros alimentares, organizadas duas vezes por ano nas grandes superfícies comerciais, os Bancos Alimentares Contra a Fome recolhem doações regulares de géneros alimentares efetuadas pelas empresas, correspondendo, em regra, a excedentes de produção dos sectores agrícola, industrial e comercial ligados ao ramo alimentar que, de outro modo, teriam como destino a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar.
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si certificadas como estando em condições de avaliarem in loco a real situação de carência alimentar das pessoas objeto da sua assistência e de lhes darem o destino adequado. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício, apanágio das sociedades atuais.
Em 2015, os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 27.878 mil toneladas de alimentos (um valor global estimado superior a 39 milhões de euros), ou seja, um movimento médio por dia útil de 112 toneladas. A atividade dos Bancos norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe.
A atividade dos Bancos Alimentares possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins de semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra a fome. Graças às parcerias estabelecidas entre todos estes intervenientes, a ajuda alimentar é em muitos casos uma alavanca para a inserção social para as pessoas necessitadas.
Fomentar o acompanhamento individual e a inserção social
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias, o desenvolvimento de formas diferentes de acolhimento das pessoas carenciadas pelas instituições apoiadas e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.
Para além disso, procuram obter ao longo do ano produtos diversificados, nomeadamente fruta e legumes por forma a concretizar uma ajuda alimentar de qualidade, por via de um melhor equilíbrio nutricional dos produtos distribuídos.
25 Anos a levar comida a quem mais precisa
Em 1991, nasceu em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome seguindo o modelo dos “Food Banks” norte americanos, à altura já implantado na Europa, em França e na Bélgica. Estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha, a restaurar a sua dignidade.
Existem hoje 278 Bancos Alimentares operacionais na Europa, que em 2015 distribuíram 411.000 toneladas de produtos, equivalentes a 2,25 milhões de refeições por dia) a 5,9 milhões de pessoas, através de 33.800 associações parceiras.
Por: Banco Alimentar