Aquando do último inquérito de prevalência de infeção, realizado à escala europeia em 2012, foram apuradas taxas de infeção adquirida no hospital, em Portugal, superiores à média europeia de 6,1%. No mesmo estudo objetivou-se que os doentes internados nos hospitais portugueses estavam em situação clínica mais grave que os de quase todos os restantes países europeus, mas ainda assim a percentagem de doentes infetados em função do internamento, 10,5%, foi superior à prevista com base na gravidade da situação clínica. Simultaneamente, quase metade dos doentes internados (45,3%) foram medicados com antibiótico no internamento estudado, enquanto nos hospitais europeus essa percentagem foi de 35,8%, pouco mais de um terço.
Em Portugal, regista-se uma mortalidade mais elevada devido a infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) do que a acidentes de viação, sendo que este número tem vindo a crescer no que concerne às IACS, por oposição aos acidentes de viação onde o número de óbitos tem vindo a decrescer. Assim, no que concerne a acidentes de viação a mortalidade foi de 937 casos em 2010, 891 em 2011, 718 em 2012 e 637 em 2013. Por outro lado, a mortalidade associada a IACS foi de 2973 casos em 2010, 3383 em 2011, 4060 em 2012 e 4606 em 2013.
Várias são as medidas previstas para fazer face a este problema no Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, publicado em 2016, sendo certo que o problema do combate às infeções hospitalares é complexo e multifatorial, como ficou aliás bem patente na audição de Paulo Fernandes, diretor para a área da Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, decorrida na Comissão Parlamentar de Saúde a 28 de setembro, por solicitação do Bloco de Esquerda.
Uma das medidas importantes para fazer face às infeções hospitalares remete para o internamente de doentes em locais adequados – o que deixa manifestamente de fora os corredores - bem como para a possibilidade de recorrer a quartos de isolamento quando tal é clinicamente adequado. No sentido de melhor conhecer esta realidade, o Bloco de Esquerda pretende saber quantos quartos de isolamento existem nas diversas unidades hospitalares bem como aferir se consideram este número suficiente.
Consulte aqui a pergunta dirigida ao Ministério da Saúde.
Por BE Algarve