No âmbito do trabalho parlamentar do Bloco de Esquerda, na passada segunda-feira, uma delegação do Bloco que incluiu o deputado eleito pelo Algarve, João Vasconcelos, reuniu com a Direção da ALGFUTURO, com a Direção do Núcleo de Faro da Liga dos Combatentes, a que se juntou o Presidente da Liga, e com a associação UNIR, sediada em Loulé.

Para o deputado algarvio “importa ouvir e conhecer toda a realidade do Algarve, para mais facilmente atuar em prol de um desenvolvimento regional equilibrado e de uma melhor qualidade de vida para as suas populações”.

Na reunião com a direção da associação empresarial ALGFUTURO, realizada na parte da manhã foram apresentadas as linhas programáticas da Associação, as quais incidem nos problemas da sazonalidade e da coesão territorial do Algarve. A Associação converge com o Bloco de Esquerda na defesa da criação da região administrativa do Algarve, logo, ambos favoráveis à implementação da regionalização, enquanto fator de valorização da identidade da região e potenciador de mais e melhor democracia. Para o Bloco, sem regionalização não há descentralização de competências a sério.

João Vasconcelos apresentou os eixos prioritários políticos do Bloco no distrito de Faro, tendo destacado a luta contra a precariedade e o direito ao trabalho com direitos; a melhoria dos serviços públicos no Algarve, com destaque para o SNS; a luta por uma melhor mobilidade, com a abolição das portagens na Via do Infante e a modernização da ferrovia regional; a defesa do ambiente, a aposta nas energias renováveis e na diversificação económica; o direito à habitação para todos; e o combate à municipalização dos serviços sociais de acesso universal, entre outros aspetos.

O deputado bloquista manifestou ainda a sua preocupação com o processo de descentralização em curso, resultado de um acordo entre o PS e o PSD, o qual, no seu entender, está a ser mal conduzido. Neste quadro, os serviços de acesso universal, como a saúde e a educação, são motivo de preocupação para o Bloco, não podendo o Estado central desresponsabilizar-se dos mesmos, como acontece com o atual processo em curso.

Outra das preocupações e motivo de alerta é a habitação, designadamente a falta de oferta e os preços especulativos daquela que é disponibilizada no mercado de arrendamento.

O Bloco sublinhou, no final na reunião, que importa não esquecer que no quadro de uma economia regional pujante, deve ser garantida a melhoria das condições laborais aos trabalhadores algarvios de todos os setores.

Já durante a tarde, na reunião com a Liga dos Combatentes, o seu Presidente e o Presidente do Núcleo de Faro apresentaram o Estatuto do Combatente, referindo o deputado que a Comissão Parlamentar de Defesa apresentou uma proposta ao governo para que, ainda nesta legislatura, fosse reunida toda a legislação dispersa nesta área, assim como a concretização de algumas propostas do Estatuto do Combatente, as quais vão ao encontro das reivindicações dos militares.

Foi ainda dada a conhecer que a Liga dos Combatentes tem uma proposta para erigir em Faro um monumento de homenagem aos mortos da I Grande Guerra, o que mereceu a devida atenção por parte dos bloquistas presentes.

 No final da tarde, e já em Loulé, o parlamentar algarvio visitou a associação UNIR, a qual tem 16 anos de existência e dá apoio a 22 utentes adultos com problemas do foro mental, visando a sua reinserção sócio-familiar e profissional.

A Associação alertou para o facto de a doença mental estar esquecida por parte do Governo. Muito embora haja alguns apoios, estes são insuficientes face às inúmeras despesas com que a Associação se depara no dia-a-dia.

Por fim, os bloquistas foram alertados para o facto de o Centro Hospitalar do Algarve não estar a dar respostas para a doença mental no distrito de Faro. O serviço de psiquiatria do hospital de Faro não tem serviço de urgência e em casos de crise, o utente é encaminhado para a urgência normal, fazendo a triagem junto com os outros doentes, sendo depois encaminhados para o respetivo departamento. Mas devido à má articulação dentro do hospital, os utentes ficam "perdidos" e por vezes, ao invés de serem encaminhados para a psiquiatria, acabam por regressar a casa. Trata-se de uma lacuna grave, que revela a falta de sensibilidade para estas patologias, e que deve ser rapidamente resolvida.