Uma delegação do Bloco de Esquerda/Algarve reuniu-se com o Presidente da ACRAL, na sede desta Associação em Faro. Da parte do Bloco estiveram presentes João Vasconcelos, o deputado eleito pelo Algarve, e os dirigentes regionais Luís Fernandes e Joaquim Gomes.

A reunião teve como finalidade a apresentação do Plano de Emergências Social e Económico para o Algarve, da iniciativa do Bloco de Esquerda e aprovado na Assembleia da República, assim como auscultar a ACRAL sobre os problemas e dificuldades que atravessam os setores do comércio e serviços na região. Como se sabe, a crise pandémica da Covid 19, a que se associa a monocultura do turismo, está a provocar na região uma forte crise social e económica e com tendência de agravamento, caso não sejam tomadas pelo Governo medidas urgentes extraordinárias para a mitigação da crise, impedindo o encerramento de muitas empresas e salvando os empregos. Temos na região uma situação explosiva, com o regresso dos salários em atraso e com mais de 25 mil desempregados.

Segundo a ACRAL, 97% do tecido económico regional assenta nas micro e pequenas empresas, em que 70% se encontram em risco de encerrar total ou parcialmente, conduzindo a um aumento drástico do desemprego. Torna-se necessário a implementação de ferramentas adequadas e eficazes para evitar uma catástrofe social e económica no Algarve. Mais linhas de crédito e moratórias de curto prazo já não são solução. Deve ser dada uma atenção especial aos micro e pequenos empresários através da simplificação de processos nos pedidos de apoio, as moratória devem ter uma extensão de pelo menos 60 meses, haver a possibilidade dos apoios do Estado serem convertíveis, temporariamente, em parte do capital da empresa e o Governo, nos apoios a conceder, deve ter a perceção de toda a envolvente turística, como a cultura, restauração, praia, natureza, etc., havendo a necessidade de manter a estrutura de oferta turística, com a consequente manutenção da qualidade. 

Para o Bloco de Esquerda não deixa de ser lamentável o facto do Governo ainda não ter delineado qualquer plano específico de apoio à região, quando em julho passado anunciou tal plano, o qual foi badalado pelo PS/Algarve em grandes parangonas. Infelizmente, estes anúncios nada avançaram no terreno, não passando de meras intenções propagandísticas. Para o Bloco são necessárias, da parte do Governo, medidas urgentes e robustas, para responder com êxito à emergência social e económica que se abateu sobre o Algarve. O Bloco fez o seu trabalho de casa de forma atempada apresentando um Plano de Emergência Social e Económico para o Algarve. Agora o que se impõe é que o Governo cumpra a Resolução aprovada na Assembleia da República.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda irá continuar a interceder, na Assembleia da República, para que se verifique essa resposta por parte do Governo.

 

 
Bloco de Esquerda/Algarve