“Este orçamento de 2017 é, ao mesmo tempo, um projeto de continuidade e de fim de ciclo desta primeira parte do nosso projeto a 12 anos”, explicou à Lusa o presidente do município de Lagoa, Francisco Martins, sublinhando tratar-se de um orçamento (já aprovado na câmara e na assembleia municipal) realista e exequível.
Entre os investimentos previstos estão as obras de ampliação e reformulação dos refeitórios nas escolas de Lagoa e da Mexilhoeira da Carregação, orçadas em cerca de dois milhões de euros, a requalificação dos espaços urbanos para dar mais espaço aos peões e a aposta na melhoria da eficiência energética dos serviços públicos.
Na área do planeamento, a autarquia está a fazer a revisão do Plano Diretor Municipal, um plano de mobilidade concelhio e um plano estratégico.
Francisco Martins considera estes documentos determinantes para a planificação dos investimentos a realizar a curto, médio e longo prazo.
O orçamento – que na assembleia municipal mereceu os votos favoráveis do PSD e a abstenção do PSD, CDU e BE - é “ligeiramente superior” ao de 2016 (que foi de quase 31,2 milhões) por via do aumento das receitas resultantes de impostos diretos, como o Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), e da aprovação de candidaturas a fundos comunitários.
O município fixou o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 0,36% e aderiu ao IMI familiar para agregados com um ou mais dependentes a cargo, enquanto no Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) foi fixada a taxa em 2%.
Abdicou-se da Derrama, imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas.
De acordo com o município, a redução do IRS traduz-se numa perda anual de cerca de 750 mil euros.
“É um concelho muito apetecível com baixa carga fiscal, onde o preço da água é dos mais baixos praticados no Algarve, está geograficamente muito bem situado e com boa saúde financeira”, comentou Francisco Martins.
Estes são fatores que o executivo espera que possam ajudar a atrair investimento, diversificando a atividade económica para além do turismo do concelho, no distrito de Faro.
Francisco Martins frisou que existem questões fundamentais para o concelho em que a autarquia não tem competência para atuar, como é o caso da conclusão da requalificação da Estrada Nacional 125 e a falta de médicos no Centro de Saúde de Lagoa e nas suas extensões.
“Atualmente, temos quatro médicos e há dez anos tínhamos 15. São áreas que não pertencem ao município, mas sobre as quais vamos estar atentos”, prometeu.
Por: Lusa