A BioNTech já administrou a primeira dose da vacina de mRNA contra o melanoma a um paciente que sofre de cancro, como parte da Fase II de ensaios clínicos de um novo tratamento.

A primeira dose da vacina de mRNA para o melanoma  - BTN111 - foi finalmente administrado no primeiro paciente. A investigação sobre as vacinas de mRNA intensificou-se a propósito da luta contra a covid-19.

O tratamento com a BNT111 será combinado com um medicamento de imunoterapia existente e tem como principal objetivo combater um tipo específico de melanoma avançado.

Estão envolvidos 120 pacientes e o ensaio clínico é aberto, o que significa que tanto os investigadores como os participantes sabem o que é controlo e o que é experimental e aleatório.

Depois da Fase I, com base nos resultados dos ensaios clínicos, espera-se que o tratamento provoque uma resposta forte e segura dos anticorpos. Será avaliada ainda a taxa de resposta global à vacina quando usada em parceira com o cemiplimab (Libtayo), assim como a duração e segurança do tratamento.

Özlem Türeci, cofundador e diretor clínico da BioNTech, explicou em comunicado que “a nossa ideia é aproveitar o poder do sistema imunitário contra o cancro e as doenças infeciosas. Já conseguimos demonstrar o potencial das vacinas de mRNA relativamente à covid-19. Não devemos esquecer que o cancro também é uma ameaça global à saúde, pior do que a atual pandemia”.

Acrescentou ainda que “a BNT111 já mostrou um perfil de segurança favorável e resultados preliminares encorajadores na avaliação clínica precoce. Com o início do tratamento do paciente no nosso ensaio da Fase II, sentimo-nos encorajados a continuar no nosso caminho inicial para alcançar o potencial das vacinas de mRNA para pacientes com cancro”.

A vacina BNT111 faz parte da plataforma FixVac da BioNTech, e envolve múltiplos tratamentos de imunoterapia. Estes visam quatro antigénios, onde pelo menos um dos quais está presente em mais de 90% dos casos de melanoma metastásico, partilhados entre os diferentes tipos de cancro, que são administrados aos doentes numa tentativa de induzir o sistema imunitário a produzir anticorpos. Deste modo, o sistema imunitário fica preparado para destruir tumores, antes que estes se desenvolvam. 

A ciência está ainda a estudar a BNT112, que é um tratamento experimental contra o cancro da próstata em ensaios de Fase I e a BNTT113, contra os cancros da cabeça e pescoço HPV positivos, também em ensaios da Fase I.

Por: Filipe Vilhena