A catarata é a principal causa de cegueira evitável a nível mundial. Em Portugal, grande parte dos casos estão relacionados com a idade, sendo que a maioria dos doentes têm idade superior a 65 anos.
A cirurgia de catarata é a cirurgia mais frequentemente utilizada em todo o mundo. A facoemulsificação é, hoje em dia, o procedimento de eleição na maioria das situações, obtendo-se usualmente excelentes resultados visuais com uma boa segurança. No entanto, a cirurgia de catarata possibilita, muitas vezes, e de forma simultânea à remoção da catarata, a correção de erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou mesmo presbiopia – “vista cansada”), eliminando na maioria das situações a utilização de óculos ou lentes de contacto, através da utilização de lentes intraoculares muito mais diferenciadas que anteriormente, chamadas lentes premium. Estas lentes exigem uma avaliação pré-operatória mais cuidada, necessitam de exames oftalmológicos específicos, de uma precisão e técnica cirúrgica muito mais apurada.
A utilização do laser de femtosegundo para a catarata está associada a uma maior segurança para os doentes, maior precisão, predictabilidade e melhores resultados fundamentalmente com a utilização das chamadas lentes premium (correção de astigmatismo, vista cansada, etc.) bem como a uma menor manipulação do globo ocular em cirurgias de catarata mais complicadas, evitando assim muitas complicações. Este é seguramente o futuro da cirurgia de catarata. Em Portugal, esta tecnologia versátil e de ponta, o Femtofaco, a operar de forma consistente e regular numa única estrutura hospitalar em Coimbra, pretende dar a resposta mais moderna e mais segura a todos os doentes que a ela queiram recorrer.
A catarata é consequência de um processo natural de perda de transparência do cristalino - lente biconvexa existente no interior do globo ocular. À medida que a opacificacão progride gradualmente, a qualidade da visão das imagens que se focam na retina tende a deteriorar-se pelo que os doentes queixam-se de visão enevoada ou desfocada.
Este problema surge mais frequentemente ou muito cedo, consequência de problemas durante a gravidez (catarata congénita ou de desenvolvimento), que quase sempre exige um tratamento cirúrgico imediato, sob pena de comprometer o desenvolvimento normal da visão, ou desenvolve-se progressivamente consequência do envelhecimento natural do olho (a partir dos 40-50 anos). Existem doenças (exº diabetes), medicamentos (exº cortisona) ou situações oftalmológicas (exº alta miopia) em que a catarata se desenvolve mais cedo.
As pessoas com mais de 40 anos, deverão pois realizar um exame oftalmológico com intervalos de dois anos com o intuito de rastrear e tratar esta e outras patologias oculares (glaucoma, degenerescência macular relacionada com a idade, diabetes tipo II, etc) que se desenvolvem, muitas vezes, de forma silenciosa, passíveis de serem tratadas muito mais precocemente, evitando situações dramáticas.
Artigo de opinião do Prof. Joaquim Neto Murta, Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenador da Unidade de Oftalmologia de Coimbra
Por: LPM Comunicação