Tem-se registado, em particular no último ano e de forma mais aguda desde Agosto, uma degradação do serviço da CP no Algarve, sendo a mesma marcada pela inusitada frequência de supressão de comboios na Linha do Algarve.

A título de exemplo, nos últimos dez dias, registaram-se 36 supressões de comboios na região, em regra no troço entre Vila Real de Santo António e Faro, 716 desde o princípio do ano segundo informação prestada pela CP.

Cristóvão Norte, deputado do PSD, assinala que “o modo ferroviário está subdesenvolvido na região e, por estes dias, é chocante os maus-tratos a que os utentes estão sujeitos: muitos comboios são suprimidos, sem aviso, sem alternativa, destruturando a vida das pessoas, os seus direitos esmagados sem consideração. Pior, a CP não está a assegurar a alternativa rodoviária a que está obrigada, porque os autocarros de substituição não servem todas as estações e apeadeiros (Monte Gordo, Cacela, Conceição, Porta Nova, Luz, Livramento e Fuzeta). É assim que se suicida a ferrovia, os utentes perdem a confiança, uma falta de respeito, não voltam, e as pessoas e a mobilidade na região ficam a perder. As pessoas, muitas delas com passes mensais, nunca sabem se têm ou não comboio.”

Segundo o deputado “ a situação vai continuar a degradar-se. Nada se fez para adquirir ou alugar comboios para suprir estas falhas, e a eletrificação da Linha do Algarve que segundo o Governo estaria concluída em 2019 ainda nem sequer foi lançada e o Governo já assumiu que a obra no Algarve vai ficar para o fim.”

Perante estes factos, e atenta o modo como o Governo não resolve nem toma qualquer medida para resolver a situação com efeitos imediatos, os deputados do PSD, Cristóvão Norte e José Carlos Barros, apresentaram um requerimento ao Governo no qual exigem a pronta reposição da normalidade de circulação dos comboios e que, quando tal não for possível, assegure o transporte rodoviário obrigatório para todos as estações e apeadeiros, de modo a que não se firam os direitos dos utentes, solicitando também que sejam antecipadamente avisados das supressões.

 

Por: Cristóvão Norte