Prestação da casa não está a descer ao mesmo ritmo dos juros, revelam dados do INE.

Explicamos porquê.

Há boas notícias para quem está a pagar crédito habitação ao banco. Os juros para a totalidade dos contratos estão a cair há mais de um ano, tendo diminuído para 3,570% em maio, o valor mais baixo em dois anos. Este resultado reflete a descida da Euribor, bem como a contratação de taxas mistas mais acessíveis.

“A taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 3,570%, valor inferior em 9,3 pontos base (p.b.) face ao registado no mês anterior, acumulando uma redução de 108,7 p.b. desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%)”, começa por explicar o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta quarta-feira, dia 18 de junho. Trata-se mesmo da taxa de juro mais baixa desde maio de 2023.

Também para o destino de financiamento aquisição de habitação – “o mais relevante” no conjunto do crédito da casa, segundo o INE -, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 3,555% (-8,9 p.b. face a abril). 

Já a prestação da casa para o total de contratos de crédito habitação não está a cair ao mesmo ritmo. Em maio, o valor médio da prestação mensal fixou-se em 395 euros, tendo descido apenas um euro face ao mês anterior e nove euros face a maio de 2024. 

Apesar da descida destas taxas nos últimos meses, a grande maioria do valor da prestação da casa continua a ser destinada ao pagamento de juros:

  • Juros: 210 euros (53% da prestação)
  • Capital amortizado: 185 euros (47%);

A redução da prestação da casa não tem acompanhado a descida dos juros, porque a dívida para a totalidade dos créditos habitação tem vindo aumentar. Em maio de 2025, o capital médio em dívida subiu 629 euros comparativamente ao mês anterior, fixando-se em 71.042 euros. 

Novos créditos habitação: juros descem ligeiramente

Nos empréstimos habitação mais recentes – nomeadamente os contratados entre março e maio -, os juros estão ainda mais baixos, refletindo mais a descida da Euribor e a contratação de taxas mistas mais acessíveis. Mas a queda foi bem menor do que para a totalidade dos contratos.

Os dados do INE revelam que “nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 3,060% em abril para 3,057% em maio”, ou seja, caiu apenas 0,3 p.b. Mas note-se que voltou a retomar o ciclo de descidas em maio, depois de ter subido em abril. Face ao máximo atingido em outubro de 2023, os juros nos novos créditos habitação já acumularam uma queda de 132,3 p.b.

No que diz respeito à aquisição de habitação, a taxa de juros nos novos contratos também caiu 0,7 p.b. no último mês, fixando-se em 3,052% em maio.

Embora os juros tenham descido, o valor médio da prestação da casa para os novos créditos habitação subiu 20 euros num mês, para 641 euros (+6,3% em termos homólogos). A explicar este aumento está o crescimento do montante médio em dívida: foi de 153.717 euros em maio, mais 3.486 euros que em abril.

 

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