A água – visível ou invisível – marca a paisagem da freguesia de Odiáxere, no concelho de Lagos, nos dias 1 e 2 de outubro.

O invisível aquífero Almádena-Odiáxere, com extensa capacidade de armazenamento, mas sob forte pressão devido à escassez de pluviosidade, ocupação do solo e elevado consumo de água; a visível barragem da Bravura e a sua invisível disponibilidade de água estão a deixar Odiáxere numa verdadeira encruzilhada.

A construção da barragem da Bravura, que nos anos 50 do século XX fez crescer economicamente a freguesia e a transformou numa paisagem de regadio, é a mesma que agora a deixa em suspenso, ao atingir níveis mínimos de água históricos, condicionando o seu desenvolvimento futuro.

Coincidindo com o período seco do ano hidrológico e com o Dia Nacional da Água, que se celebra a 1 de outubro desde 1983 por ser nesta época que as reservas hídricas atingem os seus mínimos de água disponível, o Museu de Lagos, através do seu núcleo museológico “Mundo Rural” em implementação neste território, vai encher Odiáxere de vida artística, criadora e crítica através da intervenção de um coletivo de artistas nacionais e internacionais, dirigidos pela artista Paulina Almeida.

Entre 24 de setembro e 2 de outubro, a performer portuguesa Paulina Almeida, a bailarina francesa Ophélie Parot, a artista holandesa de multimédia Marieke Leene, a eco performer romena Alina Tofan e o músico holandês Simon Stuij encontram-se em residência artística na vila de Odiáxere, trabalhando e envolvendo diferentes públicos, desde logo e, com especial empenho, a comunidade educativa de Odiáxere. A escola e os espaços públicos de Odiáxere transformam-se ao longo destes nove dias num autêntico laboratório comunitário, em que a água, as alterações climáticas, o reconhecimento do território e a transformação da paisagem estarão no centro das intervenções artísticas.

O trabalho a realizar coletivamente terá a sua apresentação pública no dia 1 de outubro com intervenções nos diversos espaços públicos da vila, num percurso entre as 11h e as 19h, que terminará com um espetáculo inédito de dança vertical na Barragem da Bravura, integrada na freguesia de Bensafrim.

No dia 2 de outubro, a criação coletiva “Água Invisível” terá lugar no Largo do Moinho de Odiáxere a partir das 21h, seguindo-se o concerto de encerramento a partir das 22h.

A participação nas atividades de dia 1 e 2 é livre e gratuita. Quem pretender transporte para a deslocação de autocarro entre Odiáxere-Barragem da Bravura-Odiáxere, deverá inscrever-se através do e-mail (lugares limitados): museu@cm-lagos.pt

Esta é uma iniciativa promovida pelo município de Lagos/Museu de Lagos, com o apoio da Junta de Freguesia de Odiáxere, Agrupamento de Escolas Gil Eanes, Associação Improvise and Organize e ARBA - Associação de Regantes e Beneficiários do Alvor.

Água Invisível: mobilizamo-nos pelo futuro!

 

Assista ao teaser aqui.

 

PROGRAMA:

 

1 de outubro

11h00 | Largo da Alegria | Inauguração Exposição “Mapa do Corpo de Água”, pelos alunos da Escola EB1 de Odiáxere (Coord. Alina Trofan)

14h30 | Largo da Liberdade | Inauguração da Exposição de Marieke

15h00 | Adro da Igreja de Odiáxere | Performance “Door of Water” por Alna Trofan

15h30 | Moinho de Odiáxere | Instalação Sonora “Water Fail” por Simon Stuij

16h00 | Antiga Feira do Gado | Espetáculo de Dança “Full of Flies” por Ophélie Parot

16h30 | Transporte de autocarro Odiáxere – Barragem da Bravura (sujeito a marcação prévia através do email museu@cm-lagos.pt)

17h30 | Barragem da Bravura | Espetáculo de Dança Vertical “Navia” por Paulina Almeida e Ron van Roosmalen

19h00 | Regresso de autocarro Barragem da Bravura - Odiáxere

 

2 de outubro

21h00 | Moinho de Odiáxere | Criação Coletiva “A Água Invisível”

22h00 | Moinho de Odiáxere | Concerto de Encerramento com Toni Lameirinhas, José Martin e Gustavo Miranda