As promessas fiscais marcam os programas eleitorais de todos os partidos que concorrem às eleições legislativas de 10 de março, com as soluções defendidas a marcarem uma linha entre a esquerda e a direita, sobretudo no IRS, IRC e impostos sobre o património imobiliário.
À esquerda aposta-se, sobretudo, no desagravamento do IRS para as pessoas de menores rendimentos e classe média, enquanto à direita promete reduções transversais. Estas divisões entre direita e esquerda estão também no IRC, com promessas de descida da taxa e eliminação das derramas ou, pelo contrário, de agravamento destas componentes do imposto para as empresas com mais lucros ou de maior dimensão.
A subida generalizada dos preços, nomeadamente na alimentação e energia, levam a que a maioria dos programas contemple também medidas de redução das taxas de IVA aplicáveis.
Eis as principais medidas fiscais dos diferentes partidos e coligações, excetuando o PAN que apenas apresenta o seu programa eleitoral no dia 17.
PS quer menos IRS para classe média
No IRS, o programa eleitoral do PS propõe-se a reduzir as taxas dos impostos para os rendimentos de classe média e a atualizar os limites dos respetivos escalões "de acordo com a taxa de inflação" para evitar que os contribuintes vejam a tributação aumentar por este efeito, sem entrar em detalhes de taxas e valores.
No IRS Jovem promete alargar este benefício (que se traduz numa redução do imposto) "a todos os jovens" independentemente do nível de escolaridade atingido e acena ainda com um aumento de 50 euros por ano da despesa dedutível com encargos de arrendamento em sede de IRS, até chegar aos 800 euros em 2028.
Em paralelo, o partido liderado por Pedro Nuno Santos promete devolver às famílias com menores rendimentos parte do IVA suportado em consumos de bens essenciais e alargar o desconto do IVA na eletricidade através da aplicação da taxa reduzida de 6% aos primeiros 200 kWh de consumo mensal (o dobro dos atuais 100 kWh), ou de 300 kWh mensais, no caso das famílias numerosas (atualmente são 150 kWh).
A devolução de 50% do IVA dos veículos elétricos ou híbridos 'plug-in' até 40.000 euros, em sede de IRS, está também prevista. Na vertente empresarial, promete reduzir em 20% as tributações autónomas sobre viaturas das empresas.