Foi pública a denúncia que a médico deslocado que se proponha candidatar a prestar serviço no Algarve durante o verão - a quem por despacho assinado pela Sra. Ministra da Saúde no dia 6 de Junho se estabelecia alojamento gratuito - foi solicitado o pagamento de uma diária de 20 euros, em apartamento partilhado.

Tal facto é caricato, contende com os compromissos firmados pelo Governo e, sobretudo, assinala mais um expediente enganoso, assente em anúncios poderosos, mas de frágil ou nula concretização, marca d’água particularmente impressiva no que respeita à saúde a que os portugueses têm direito. Não será com quebra de palavra que os médicos necessários prestarão serviço na região, em período estival em que a população triplica. O ano passado dos 66 anunciados a região recebeu dois!

É também notícia que  hoje e nos dias 13 e 14 de Julho, a urgência pediátrica do Hospital de Portimão - e não apenas a Maternidade como tem sido hábito  - estará encerrada, o que é motivo de grande preocupação e mais um sintoma claro da negação de acesso à saúde que se assiste.

Recorda-se, a este respeito, os episódios que se têm repetido no SNS, os quais são o novo normal, dando nota que o Algarve tem sido uma das zonas onde as perdas se têm vindo a fazer sentir de forma mais clamorosa, entre outros, nas maternidades, nos indicadores de oferta assistencial, na escassez de investimento e na obsolescência do equipamento, o qual não é substituído pois verifica-se um investimento público muito exíguo, largamente  aquém do pacote de 19 milhões anunciado em 2016.

O GP PSD já apresentou requerimento sobre matérias relacionadas com o Algarve, em particular os doentes oncológicos sem tratamento, cuja audição está marcada para a próxima semana, pelo que  juntarei mais este episódio pouco edificante à longa lista de questões a que se exige resposta e ação do Governo na região.

 

Cristóvão Norte

Deputado PSD