Novas previsões da Caixabank Research colocam a Euribor a 12 meses em 0,13% já em 2022 e perto de 1% no próximo ano.

elevada inflação na Zona Euro - que atingiu os 5,9% em fevereiro de 2022 e que se vai a agravar com a guerra na Ucrânia - está a pressionar o Banco Central Europeu (BCE) a subir as taxas de juro diretoras, algo que pode acontecer em breve. E este cenário poderá mesmo puxar a Euribor para terrenos positivos já em 2022, estima o Caixabank.

As novas previsões da Caixabank Research colocam a Euribor a 12 meses em 0,13% já em 2022 e perto de 1% no próximo ano, fruto da inflação elevada e da previsível subida das taxas de juro pelo BCE.

São muitos os economistas consultados pelo idealista/news de Espanha, que acreditam que este ano vai terminar a fase em que o preço do dinheiro se encontra em 0,0%, um nível fixado desde o início de 2016. E acreditam ainda que com a inflação em alta na Zona Euro e na União Europeia haverá ainda mais pressão sobre o BCE para aumentar as taxas de juros, especialmente depois do verão. Isto porque, para já, o BCE decidiu manter os juros tal como estão. E disse que só planeia fazer subir os juros "algum tempo depois” do fim das compras líquidas de ativos. 

Como vai evoluir a Euribor?

A verdade é que as taxas Euribor já estão a dar sinais de subida, sobretudo, desde março - depois de eclodir o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. A Euribor a 12 meses – à qual estão indexados a maioria dos novos créditos habitação em Portugal – entrou em março nos -0,363% e subiu para os -0,216% na passada quinta-feira. E a Euribor a 6 meses – dominante no total de contratos – fixou-se em -0,496% no primeiro dia de março e atingiu os -0,402% no passado dia 17 de março.

Relativamente à Euribor a 12 meses, as previsões que reúnem maior consenso passa por uma subida no resto do ano. O Painel Funcas, composto por um total de 19 empresas de análise, coloca a taxa em -0,1% no último trimestre de 2022. E o Caixabank Research, por sua vez, antecipa um retorno desta taxa para território positivo este ano e espera que atinja, em concreto, os 0,85% em 2023.

Atualmente, a Euribor a 12 meses regista uma média mensal provisória de -0,32% em março, face a -0,335% em que terminou fevereiro, pelo que se mantém no seu valor mais elevado desde julho de 2020. Está há seis anos em terreno negativo e quebrou a barreira de -0,5% em várias ocasiões, a última em dezembro de 2021.

Mas, desde então, começou a subir e, com ela, voltaram as subidas das prestações dos créditos habitação de taxa variável indexados a este indicador. Tudo indica que o contexto atual é o início do fim da era dos empréstimos da casa mais baratos da história.

Agora, o mercado não espera uma subida agressiva e rápida dos valores mensais dos empréstimos, embora a Fundação Caixas de Poupança (Funcas) alerte que a alta dos juros é um dos grandes riscos que o mercado residencial corre neste momento, mais do que uma bolha imobiliário ou uma crise financeira das famílias.

 

Por: Idealista