O presidente da Câmara de Faro disse hoje que mesmo não integrando as cidades finalistas à Capital Europeia da Cultura 2027, a autarquia «ganhou» com o processo e o seu afastamento não significa que pare de trabalhar.

“O processo de candidatura foi essencial para olharmos para o concelho e para região de uma forma muito participada. Sabemos que construímos uma candidatura pertinente e de qualidade. O resultado obtido não significa que vamos parar”, referiu Rogério Bacalhau, citado numa nota do município.

As cidades de Ponta Delgada, Braga, Aveiro e Évora passam para a fase final do processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2017, como foi hoje anunciado pelo júri internacional que procedeu à escolha, tendo ficado de fora da corrida Faro, Coimbra, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Viana do Castelo e Vila Real.

Afirmando que a equipa que preparou a candidatura apresentada pela capital algarvia deu “o seu melhor”, o presidente da Câmara de Faro sublinhou “que o mais importante não era ganhar o título, mas sim o processo” e que o “caminho está iniciado”, havendo, agora, trabalho pela frente.

“Embora o desfecho não tenha sido o desejado pelo Município de Faro e pelas entidades coprodutoras da candidatura, as temáticas tratadas em sede de candidatura continuam a merecer a atenção das entidades públicas locais e regionais”, acrescentou Rogério Bacalhau.

Segundo a autarquia, o processo de candidatura Faro2027 envolveu a participação direta de mais de 3.000 pessoas de toda a região, entre artistas, crianças, jovens, empresários, autarcas, desempregados, reformados, especialistas, catedráticos, residentes estrangeiros e turistas.

Com base nas ideias recolhidas, o dossier de candidatura abordou temáticas como a água, a multiculturalidade, as alterações climáticas e a massificação turística, tendo sido apresentadas propostas para o estabelecimento de melhores ligações com a Europa no âmbito da cultura e sustentabilidade.

“Não podemos ignorar todo o trabalho desenvolvido, a energia gerada, ou as questões apontadas pelas pessoas que participaram no processo. Existem projetos que já estão em curso e a que pretendemos continuar a dar seguimento como a reabilitação da Fábrica da Cerveja, o Quilómetro Cultural ou a Embaixada Gastronómica”, observou.

As quatro cidades finalistas foram escolhidas entre 12 que apresentaram uma candidatura e passam para a fase final do processo de escolha da Capital Europeia da Cultura em 2027.

As candidaturas foram avaliadas por um júri que integrou representantes do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu, da Comissão Europeia, do Comité das Regiões e do Ministério da Cultura de Portugal.

No passado, três cidades portuguesas receberam o título de Capital Europeia da Cultura: Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012.